O número estimado de casos novos de câncer de bexiga para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 11.370 casos, sendo 7.870 casos em homens e 3.500 em mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de bexiga ocupa a 12ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, e a Região Sudeste apresenta as maiores taxas de incidência estimadas. Nessa região, o câncer de bexiga em homens ocupa a 6ª posição e nas mulheres é o 15º mais frequente.
Para o interior de São Paulo, neste mesmo período, estima-se o número de casos novos de: 1.610 para homens e 810 para mulheres. A faixa etária da maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 55 anos.
Fatores de risco
– Tabagismo: fumar é o principal fator de risco para o câncer de bexiga, sendo responsável por cerca de metade dos casos.
– Exposição a substâncias químicas: a exposição a certos produtos químicos utilizados nas indústrias de tintas, borracha e outros pode aumentar o risco.
– História familiar: ter um histórico familiar de câncer de bexiga também pode aumentar o risco.
– Infecções crônicas: infecções urinárias crônicas e o uso prolongado de sondas urinárias podem ser fatores de risco.
Diagnóstico
– Sintomas: sangue na urina (hematúria) é o sintoma mais comum. Outros sintomas podem incluir dor ao urinar, necessidade frequente de urinar e dor abdominal.
– Exames: a cistoscopia é um exame essencial para o diagnóstico, permitindo a visualização direta da bexiga e a biopsia do tumor. Outros exames incluem exames de urina, ultrassonografia e tomografia computadorizada para avaliar se o tumor apresenta metástases.
Tratamento
– Cirurgia: a ressecção transuretral do tumor vesical (RTUV) é comum para tumores superficiais. Em casos mais avançados, pode ser necessária a cistectomia (remoção da bexiga).
– Terapia intravesical: instilação de medicamentos diretamente na bexiga, como o BCG (Bacillus Calmette-Guérin), pode ser utilizada para tratar e prevenir a recidiva de tumores superficiais. Nos últimos anos, há uma escassez dessa medicação por falta de interesse da indústria em produzi-la. Felizmente, no último ano houve uma regularização da disponibilidade.
– Quimioterapia e imunoterapia: podem ser utilizadas antes ou depois da cirurgia ou mesmo em casos metastáticos.
– Terapia-alvo: este tratamento menos tóxico e mais eficaz tem seu papel quando o tumor é metastático e tem algumas mutações específicas.
Prevenção e controle
– Cessação do tabagismo: a principal medida preventiva é parar de fumar.
– Exames regulares: pessoas com alto risco devem realizar exames regulares para detecção precoce. O médico urologista é o melhor profissional para determinar a necessidade desses exames
– Saúde ocupacional: medidas de proteção para trabalhadores expostos a produtos químicos são essenciais.
A abordagem do câncer de bexiga envolve uma equipe multidisciplinar para oferecer o melhor tratamento possível e aumentar as chances de cura e qualidade de vida do paciente.