O envelhecimento da população é produto do sucesso do desenvolvimento socioeconômico de um país. Envelhecer é possível quando há condições estruturais e sociais para atingir a famosa melhor idade. E, mais, o envelhecimento cobra que haja políticas sociais e de saúde revisadas e readequadas às novas demandas.
Hoje, no Dia dos Avós, uma forma de demonstrar amor por essas figuras tão especiais e que permeiam as memórias da nossa infância, é discutir o que desejamos e planejamos para a saúde dos nossos idosos.
Nos próximos dez anos, o Brasil pode ter um aumento de 42% nos casos de câncer. Os dados agravam um contexto que já incluía a falta de acesso a diagnóstico precoce e a tratamento adequado, que diminuem as chances de sobrevida de pacientes e aumentam os custos em saúde.
O câncer é a segunda maior causa de morte por doença de brasileiros, depois das cardiovasculares. A estimativa de novos casos e os desafios fazem parte de um estudo inédito da Varian Medical Systems, empresa de softwares e equipamentos para tratamentos oncológicos, em parceria com a The Economist Intelligence Unit (EIU).
O envelhecimento da população vai naturalmente levar ao aumento da incidência de câncer. É uma questão estatística e não há como reduzir esse impacto. O que pode ser feito é diminuir a taxa de mortalidade do câncer, que tem prevalência maior na população com mais de 60 anos. A pesquisa traz esse senso de urgência para um problema que já é grave e vai ficar ainda mais.
A pesquisa revela o desafio do sistema público de saúde brasileiro e da América Latina no geral em atender a uma demanda crescente, mesmo antes da Covid-19. O impacto da pandemia, com interrupção de exames e consultas, foi mais um entrave no combate a uma doença que responde por cerca de 650 mil novos casos no Brasil por ano.
Segundo o levantamento da Varian, o Brasil tem a maior capacidade para otimizar recursos de atendimento e pesquisa entre os países da região, mas tropeça em transformar esse ambiente em uma assistência oncológica eficiente. Os gastos com saúde são extensos e a população encara disparidades no acesso a diagnóstico e tratamentos, principalmente aos mais recentes ou de alto custo.
Conhecendo que o câncer é uma das doenças relacionadas ao envelhecimento, a adoção de um estilo de vida mais equilibrado torna-se essencial para aprimorar estratégias de redução de mortalidade. Também é importante adquirir informações para identificar precocemente os sintomas e, se necessário, iniciar o tratamento o quanto antes.
Assim como em todas as doenças, a dinâmica do câncer em idosos também pode ser freada com medidas de educação preventiva. Logo, o poder transformador da educação torna-se um componente estratégico ideal para efetivar ações de prevenção e de fomento ao controle do câncer no país.