O tratamento dos tumores do subtipo triplo negativo metastático continua desafiador. A despeito dos muitos avanços da ciência, que tem compreendido melhor os mecanismos moleculares que ativam esses tumores, os ganhos conquistados para as pacientes ainda são modestos.
Frente a esse cenário, a incorporação da imunoterapia no tratamento das pacientes com tumores de mama triplo negativo metastático veio como uma notícia bastante animadora. Recentemente, a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu aprovação acelerada de um imunoterápico chamado Atezolizumabe (anticorpo monoclonal anti-PDL-1) em combinação com quimioterapia para o tratamento do câncer de mama triplo-negativo metastático em primeira linha, baseado nos dados do estudo recém-publicado, IMpassion130.
Neste estudo, as pacientes com doença metastática do subtipo triplo negativo foram submetidas ao tratamento com Atezolizumabe (imunoterapia) + quimioterapia ou placebo + quimioterapia. Na análise dos resultados, as pacientes que receberam a imunoterapia apresentaram redução relativa de 20% no risco de progressão ou de morte quando comparado ao grupo de pacientes que receberam apenas o quimioterápico. O benefício do tratamento é ainda maior para as pacientes que tenham a expressão de uma molécula específica (PDL-1) em no mínimo 1% das suas células imunes.
A análise completa do estudo ainda não está madura para ser avaliada. Portanto, teremos que aguardar o término do estudo para realmente compreender se as pacientes que recebem a imunoterapia tem, de fato, uma vida mais longa e de melhor qualidade. O histórico do tratamento oncológico baseado em imunoterapia para outros tumores é muito encorajador, mostrando que existe um grupo de pacientes com benefício de tratamento sustentado em muito longo prazo, inclusive com resposta completa da doença.
Recebemos com alegria a aprovação de Atezolizumabe para pacientes com neoplasia de mama triplo negativo pelo FDA, pois representa um importante avanço e nova perspectiva no tratamento dessa doença ainda tão desafiadora.
No Brasil, a imunoterapia ainda não está aprovada para uso em câncer de mama, sendo que aguardamos sua liberação pela nossa agência regulatória (Anvisa) em breve.
Um Comentário
Bom dia Dra. Vivian,
Sou paciente do Dr. Adolfo, e sou triplo negativo.
Tenho uma mutação chamada bard1eu posso tomar o olaparibe?
Obrigada