Diferença dos cuidados oncológicos da mulher nos serviços públicos e privados

Vitória da incorporação do medicamento Pertuzumab no SUS reflete um AVANÇO EFETIVO E MAIS IGUALDADE no tratamento de mulheres com câncer de mama avançado HER2 positivo

A partir de agosto de 2020, as pacientes com câncer de mama HER2-positivo metastático ganharão esperança e seus oncologistas, alívio. O Pertuzumabe, importante medicamento para tratamento de câncer de mama HER2 positivo avançado, foi incorporado para tratamento de pacientes do SUS e estará disponível a partir deste mês. É importante ressaltar que o Pertuzumabe estava incorporado ao SUS desde dezembro de 2017, conforme portaria publicada no diário Oficial da União (Portaria n°57, de 4 de dezembro de 2017), que tornou pública a decisão de incorporar o medicamento para uso no combate ao câncer de mama HER2 positivo metastático em primeira linha de tratamento. Porém, em quase três anos, a situação não se alterou, com a justificativa do SUS que não havia acordo para compra do medicamento.

O Pertuzumabe é um medicamento conhecido como terapia-alvo. Isso porque é capaz de localizar, especificamente nas células do tumor de mama que expressam a proteína HER2, o chamado câncer de mama HER2 positivo. Assim o Pertuzumabe é um anticorpo desenvolvido para tratar o subtipo de câncer de mama HER2 positivo. Em torno de 20 a 25% dos cânceres de mama são HER2 positivo. Nesta incorporação, o Pertuzumabe está sendo oferecido para pacientes com câncer de mama HER2 positivo em estádio avançado, com metástases. A sua utilização, associada ao Trastuzumabe (outro anticorpo/terapia-alvo) e Docetaxe (um quimioterápico), proporciona mais benefícios em termos de controle da doença, prolongando a vida com qualidade em comparação com outras terapias sem a associação de Pertuzumabe. O histórico das incorporações das terapias-alvo (Pertuzumabe Trastuzumabe) se encontra na tabela abaixo. Todas as incorporações de medicações passam por um processo na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) no Ministério da Saúde. Especialmente a partir de 2016, houve um esforço e grande dedicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), com a participação dos oncologistas André Sasse e Vivian Antunes, ambos do Grupo SOnHe, em associação com entidades representativas da sociedade civil, para acelerar este processo de incorporação e acesso às medicações tão importantes.

O uso do bloqueio duplo – como é chamada a associação de Pertuzumabe e Trastuzumabe – é uma estratégia que amplia a efetividade do tratamento e garante imenso benefícios às pacientes.