A eliminação do câncer de colo de útero como problema de saúde pública no Brasil é prioridade para o Ministério da Saúde. Para apoiar um diagnóstico mais rápido e preciso, foi incorporado ao SUS a tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento do câncer do colo do útero. A Portaria SECTICS/MS nº 3, de 07 de março de 2024, foi publicada no Diário Oficial da União.
Sua incorporação ao SUS foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a já ofertada na rede. A decisão vai de encontro ao padrão internacional que considera a estratégia como padrão ouro para detecção do câncer e integra as estratégias para eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O recurso representa um ganho para as mulheres, já que além de ser uma tecnologia eficaz para detecção e diagnóstico precoce, traz a vantagem do aumento do intervalo de realização do exame. Enquanto a forma atual de rastreio, por meio do exame Papanicolau, deve ser realizada a cada três anos e, em caso de detecção de alguma lesão, de forma anual, a testagem é recomendada a cada cinco anos. Essa mudança traz melhor adesão e facilita o acesso ao exame.
A incorporação é marco de uma gestão que, ciente da diversidade e desigualdades do país, busca disponibilizar tratamentos que atendam, de fato, às necessidades da população e facilitem o acesso à saúde. O câncer de colo de útero tem causa conhecida e ainda atinge muitas mulheres, principalmente, mulheres em situação de vulnerabilidade. Esse aumento na precisão, na eficiência e no intervalo do rastreamento é um grande ganho, já que facilita o acesso colocando uma inovação tecnológica de grande impacto a serviço da vida da população brasileira.
O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e o principal fator de risco para o câncer do colo do útero. Estima-se que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com essa doença anualmente no Brasil.
Apesar de prevenível, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres no Brasil. Dessa forma, a oportunidade de sua prevenção pelo diagnóstico precoce e vacinação são essenciais para uma saúde feminina com maior qualidade.
REFERÊNCIAS
- https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2024/sus-passa-a-ter-teste-inovador-para-deteccao-do-hpv-em-mulheres
- https://bvsms.saude.gov.br/ministerio-da-saude-incorpora-teste-inovador-para-deteccao-do-hpv-em-mulheres/
- https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-sectics/ms-n-3-de-7-de-marco-de-2024-547020584
- https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/fiocruz-brasilia-e-unb-trazem-inovacao-para-o-diagnostico-de-hpv-no-distrito-federal/
- INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Estimativa 2023: incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2023.pdf (Acesso em: 18 de março de 2024)