Álcool e câncer: relação direta e indireta. Até que ponto o consumo é seguro?
No dia 20 de fevereiro, acontece o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. Especificamente sobre o álcool, a data tem como objetivo alertar a população sobre os malefícios do consumo de bebidas alcóolicas. Consumido desde 7.000 anos antes da era comum, o álcool é a substância psicoativa utilizada há mais tempo na história, fazendo parte da rotina de mais de 40% da população e, portanto, incluindo pessoas de todas as idades e classes sociais.
No entanto, o consumo de álcool pode trazer diversos riscos à saúde, incluindo o câncer. E, nessa temática, sempre temos duas perguntas recorrentes: qual a relação entre álcool e câncer? Existe uma dose segura de álcool?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool é responsável por cerca de 7% de todas as mortes por câncer no mundo, o que representa mais de 700 mil mortes por ano. No Brasil, o consumo de álcool é responsável por cerca de 5% de todas as mortes por câncer.
Uma coisa é certa: sim, o consumo de álcool, mesmo em pequenas quantidades, aumenta o risco de câncer. Existem evidências científicas sólidas que indicam uma ligação direta entre o consumo de álcool e vários tipos de tumores, entre eles, o câncer de esôfago, boca, garganta, mama, fígado e cólon são os mais notáveis. O álcool em grandes quantidades aumenta em mais de cinco vezes o risco destes tumores. Os compostos químicos resultantes da metabolização do álcool no corpo podem causar danos ao DNA das células, levando a mutações genéticas e, consequentemente, ao desenvolvimento de células cancerosas. Não só isso, atuando como solvente, ele pode aumentar a penetração de substâncias tóxicas nas células do trato digestivo.
A relação indireta entre álcool e câncer também é significativa. O consumo excessivo de álcool pode levar a comportamentos prejudiciais à saúde, como tabagismo e escolhas alimentares desfavoráveis, aumentando ainda mais o risco de câncer. Além disso, o álcool compromete o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a diversas doenças, incluindo o câncer.
A questão crítica é: até que ponto o consumo de álcool é seguro? Não há um limite universalmente aceito. Idealmente, como defendem o INCA e a Sociedade Americana de Câncer, o álcool não deve ser consumido em nenhuma quantidade. No entanto, outras organizações de saúde recomendam moderação como a chave. O que existe de evidência científica mostra que o consumo de álcool deve ser limitado a quantidades consideradas seguras, como uma bebida por dia para mulheres não-grávidas e até duas para homens. Entretanto, algumas pessoas, como as grávidas e aquelas com histórico de alcoolismo na família ou que já tenham alguma doença relacionada ao álcool, devem evitar completamente o consumo da substância.
É importante salientar que o alcoolismo é uma doença grave que pode ter consequências devastadoras para a saúde física e mental da pessoa. É importante buscar ajuda profissional se você ou alguém que você conhece está lutando contra esta situação. Sem dúvida, o abuso de álcool deve ser combatido.
Também é vital destacar que o álcool não é essencial para uma vida saudável e que há alternativas saudáveis para celebrar e relaxar. Priorizar hábitos de vida saudáveis, como uma dieta balanceada, exercícios regulares e a abstenção do tabaco, é crucial na prevenção do câncer.
Neste Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, é fundamental promover a conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e incentivar escolhas saudáveis. O consumo de álcool é um fator de risco importante para o câncer e o alcoolismo, uma doença grave. A melhor maneira de prevenir o câncer relacionado ao álcool é evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Cada indivíduo tem o poder de fazer escolhas informadas que afetam sua saúde a longo prazo. Ao compreender a relação direta e indireta entre o álcool e o câncer, podemos trabalhar coletivamente para reduzir os casos relacionados ao álcool e melhorar a qualidade de vida da sociedade como um todo.
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