A campanha Fevereiro Laranja visa conscientizar e apoiar a comunidade no entendimento da leucemia, uma doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma.

As leucemias são cânceres hematológicos decorrentes de alterações genéticas nas células-tronco da medula óssea e fatores ambientais, ainda não totalmente esclarecidos. Podem ser classificadas em crônicas ou agudas conforme a velocidade de crescimento das células leucêmicas. Quando crônica há produção de células maduras, capazes de realizar algumas funções normais, progredindo lentamente, com pacientes pouco sintomáticos ou assintomáticos.  Quando aguda, produz células imaturas, incapazes de realizar suas funções normais, progredindo rapidamente. Sua classificação também depende do tipo de glóbulo branco acometido, podendo ser mieloides ou linfoides.

Podem apresentar como sintomas fraqueza, cansaço, tontura, palidez, inapetência, perda de peso, falta de ar, febre, suor a noite, dor óssea, hematomas e sangramentos, infecções, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos (ínguas).

Para diagnóstico, são realizados exames com coleta de sangue e/ou punção da medula óssea.

O tipo de tratamento e a duração vão depender do tipo de leucemia. As leucemias agudas são mais graves e precisam de tratamento imediato pois a ausência de tratamento é fatal para o paciente. Já as leucemias crônicas devem ser avaliadas pelo médico hematologista para a indicação da necessidade ou não de tratamento medicamentoso, pois um grande número de pacientes com Leucemia Linfocitica Crônica, por exemplo, fica em seguimento clínico sem necessitar de tratamento inicialmente.

O tratamento por ser feito com quimioterapia (injetável ou oral), terapias-alvo (substâncias que bloqueiam proteínas ou moléculas envolvidas no crescimento das células cancerígenas), radioterapia, transplante de medula óssea e imunoterapia (anticorpos monoclonais ou CAR-T Cell).

Pacientes com boa performance clínica, conforme o risco da leucemia aguda, podem ter indicação de transplante de medula óssea alogênico como consolidação do tratamento inicial, para uma maior chance de cura. Para ser realizado o transplante alogênico, o paciente precisa de um doador compatível. Alguns casos de Leucemia Mieloide Crônica refratários ao tratamento inicial também podem ter a indicação de transplante de medula alogênico.

Pacientes com indicação de transplante alogênico iniciam a busca do doador entre os membros da família. Irmãos germanos têm a maior chance de serem 100% compatíveis. Caso não apresente doador aparentado compatível pode-se encontrar um doador não aparentado no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Pessoas saudáveis, com 18-35 anos, podem se cadastrar nos bancos de sangue/ Hemocentros para serem doadores e, assim, ajudar esses pacientes a aumentarem suas chances de cura.