Dia 5 de maio é o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos e este é, sem dúvida, um problema mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 50% das prescrições são inadequadas ou irracionais. Tal fato traz prejuízo não só para saúde das pessoas, mas também para o sistema econômico mundial. Nesse contexto, a Medicina Baseada em Valor (MBV) pode ser um importante aliado para melhorar a situação.
O uso irracional de medicamentos abrange diversas situações, dentre elas estão: a polifarmácia, o uso inadequado de antimicrobianos, o uso de medicações injetáveis em vez de orais quando estas poderiam ser mais apropriadas, o não seguimento das diretrizes clínicas, automedicação e o uso da dosagem incorreta. Dados da OMS mostram que mais de 50% dos pacientes tomam seus remédios incorretamente e 77% dos brasileiros costumam se automedicar.
Essas práticas levam a consequências facilmente identificáveis (aumento de efeitos adversos, alergias, maiores gastos), mas também a desdobramentos “camuflados” (geração de bactérias resistentes, infecção de corrente sanguínea e até mesmo dependência química, por exemplo).
Atualmente, existe, inclusive, um comitê relacionado ao assunto ligado ao Ministério da Saúde, que atua, entre outras frentes, promovendo estratégias para difundir o uso das evidências científicas e de conscientização dos profissionais e dos pacientes. E é nesse contexto que a MBV pode auxiliar.
Mas o que é a MBV? Nada mais é que o uso consciencioso, ou seja, com bom senso, das melhores evidências científicas aliadas ao benefício clínico desejado para cada população ou paciente, levando em conta também os fatores econômicos para o sistema e, também, para o indivíduo. Por meio dela, tenta-se encontrar um equilíbrio entre eficácia dos tratamentos, seu custo e a vantagem real para o paciente.
Com a MBV, diretrizes personalizadas para cada cenário podem ser criadas para guiar os profissionais de saúde a usar os recursos e prescrever medicamentos de forma mais racional. Com isso, os pacientes são tratados de forma mais adequada e com menores custos.
Algumas dicas para os pacientes são:
- Seguir a indicação médica;
- Tomar o medicamento pelo tempo adequado;
- Evitar a automedicação recorrente;
- Cuidado ao armazenar os medicamentos;
- Descartar corretamente.
Tais diretrizes devem ser utilizadas pelos médicos na hora de decidir que tratamento dar para seu paciente e, nós, como pacientes, devemos também exigir que isso seja feito, para que a nossa saúde seja tratada como deve ser: racionalmente e, claro, sem faltar afeto.
O Ministério da Saúde disponibiliza uma cartilha sobre o assunto em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_promocao_uso_racional_medicamentos.pdf