No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial – 26 de abril –, destaco o problema que, em 2019, foi responsável por 110,5 óbitos a cada 100 mil habitantes no Brasil. A data é para conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento da doença. Dados do Ministério da Saúde apontam que em 2021 foram realizados cerca de 6,1 milhões de atendimentos para hipertensão a mais que em 2020.

Por isso, a importância de políticas, programas, estratégias, diretrizes e outros materiais técnicos como formas de promoção da saúde e prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença.

A HAS – hipertensão arterial sistêmica – é caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial e é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e renais. Ela também é frequentemente associada a outras doenças crônicas e a eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.

A hipertensão arterial pode ser primária, quando surge sem causa clara; ou secundária, quando decorrente de outros problemas de saúde. Por isso, é fundamental diagnosticar a origem do problema para que seja realizado o tratamento mais adequado. Dentre os sintomas mais comuns estão dor de cabeça, tontura, palpitações e alteração na visão. Entretanto, a hipertensão, geralmente, é silenciosa, sendo importante aferir regularmente a pressão arterial.

O conjunto das doenças cardiovasculares e os vários tipos de câncer representam, respectivamente, a primeira e a segunda maiores causas de morte no Brasil e no mundo. Esses grupos distintos de doenças que crescem a cada dia, compartilham, contudo, muitas causas comuns, como o envelhecimento e o aumento de peso da população, alimentação inadequada, tabagismo, poluição, hereditariedade, genética, estresse, entre outros.

Os objetivos do tratamento do paciente hipertenso com câncer não diferem dos demais hipertensos, ou seja, deve-se focar em três alvos: 1) identificar as causas da HAS; 2) avaliar o estilo de vida e reconhecer fatores de risco cardiovascular ou comorbidades que possam afetar o prognóstico ou guiar a escolha do tratamento; e 3) avaliar a presença ou ausência de lesão em órgão-alvo associada a HA. Medidas higiênicas dietéticas devem ser sempre encorajadas, orientando a prática de atividade física, dieta hipossódica e controle do peso corporal.

A despeito de múltiplos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na doença, o tratamento da hipertensão arterial é efetivo, conta com mudança de hábitos de vida e tratamento farmacológico com múltiplas drogas disponíveis, atuando em vários sistemas, muita das vezes em sinergismo, com intenção de prevenir desfechos como o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular encefálico, câncer, entre outros.

 

Referências:

  1. Rosa LV, Issa JS, Salemi VM, Yones RN, Kalil Filho R. Epidemiologia das doenças cardiovasculares e neoplásicas: quando vai ocorrer o cruzamento das curvas? Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2009;19(4):525-34.
  2. Suter TM, Ewer MS. Cancer drugs and the heart: importance management. Eur Heart J. 2013;34(15):1102-11.
  3. Kalil Filho R, Hajjar LA, Bacal F, Hoff PM, Diz MD, Galas RB, et al. I Diretriz Brasileira de cardio-oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2011;96(2):1-52.
  4. Souza, V. B. de ., Silva, E. N., Ribeiro, M. L., & Martins, W. de A.. (2015). Hypertension in Patients with Cancer. Arquivos Brasileiros De Cardiologia, 104(3), 246–252. https://doi.org/10.5935/abc.20150011