Nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, a jornalista e apresentadora Glória Maria faleceu devido à um câncer de pulmão recidivado em sistema nervoso central (SNC), uma progressão da doença no cérebro.

O câncer de pulmão é bastante frequente no Brasil, com cerca de 32 mil novos casos para cada ano do triênio de 2023-2025. A mortalidade é alta, com quase 28 mil óbitos registrados em 2020.

Existem diferentes tipos histológicos de câncer de pulmão, com diferentes características morfológicas, moleculares e etiológicas. O tratamento é personalizado em função dessas características e, a depender de quão avançado estiver o tumor, define-se o tratamento mais indicado.

Cirurgia, quimioterapia e radioterapia foram os pilares do tratamento por muitos anos. Nas últimas décadas, a terapia-alvo e a imunoterapia ganharam destaque e mudaram a história natural da doença.

O comunicado da Globo informa que a jornalista passou por tratamento inicial com imunoterapia em 2019, promovendo uma ativação do sistema imune para combater o tumor, que ficou controlado por um tempo.

No momento que é evidenciado acometimento em SNC, avalia-se o volume de doença, tamanho e número das lesões, localização, condição clínica do paciente, a fim de definir a melhor estratégia. Glória Maria passou por cirurgia para ressecção das metástases cerebrais mas em 2022 novas lesões cerebrais surgiram a despeito do tratamento.

Em geral, pacientes com câncer de pulmão e doença cerebral metastática apresentam pior prognóstico. O manejo vai desde tratamentos localizados com cirurgia, radioterapia convencional e radiocirurgia, até combinações com tratamentos sistêmicos como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia.

Apesar dos avanços, ainda há muito o que compreender em relação a terapias mais eficazes. É importante ter em vista a importância de medidas de prevenção como cessação do tabagismo, responsável por cerca de 85% dos casos diagnosticados. E a questão de dificuldade de acesso, problema que deve ser debatido, visando maior democratização de tratamentos que aumentam a expectativa e qualidade de vida dos pacientes.