No dia 08 de outubro, comemoramos o Dia de Cuidados Paliativos e, neste ano, o tema da Campanha Mundial é focada na experiência da dor do luto. É um assunto muito importante e que deve ser abordado de forma intensa e contínua por todos os médicos no mundo, já que milhões de pessoas morrem no mundo anualmente. Aliviar o sofrimento dos pacientes é primordial!

É muito triste que ainda haja um enorme preconceito em relação ao tema, tanto dos leigos quanto dos profissionais da saúde. Muitas vezes ouvimos que “cuidados paliativos” é “não fazer nada ao paciente” ou “é deixar o paciente morrer”. Essa ideia é ultrapassada e deve ser combatida com todas as nossas forças. Por este e outros motivos, o cuidado paliativo é uma necessidade não atendida no mundo inteiro.

Os cuidados paliativos são um conjunto de intervenções que auxiliam no bem-estar e qualidade de vida dos pacientes com doenças graves e incuráveis, o que inclui alguns pacientes com câncer. A abordagem deve incluir não só aspectos da doença, mas também espirituais, sociais, da vida cotidiana e dos valores de cada paciente e de seus familiares e amigos.

O início de cuidados paliativos mais precocemente está associado não só a um aumento da qualidade de vida, mas também do tempo de vida. Isso mesmo, os pacientes que recebem cuidados paliativos mais cedo vivem mais e melhor!

O luto é um tabu que temos que abordar. A vivência do luto é muitas vezes negligenciada, mas é um momento que os familiares e amigos precisam de um apoio da equipe, principalmente da parte psicológica.

Com as mais de 6 milhões de mortes por COVID-19 no mundo, o luto mal vivido tornou-se um grande problema que devemos tentar resolver com o apoio de toda a equipe multidisciplinar, além de muita empatia e compaixão. Muitas pessoas não conseguirem se despedir dos seus entes queridos.

A abordagem de saúde pública para o luto vai de terapias psicológicas específicas, passando por programas de apoio, e chegando a ao apoio compassivo. Toda a sociedade tem que se mobilizar para tornar essa experiência menos traumática. Políticas flexíveis nas empresas, grupos de apoio ao enlutado, educação sobre o assunto e um maior acesso a programas de cuidados paliativos são estratégias que podem ajudar.

Isso tudo depende também de investimentos dos governos em estrutura e recursos humanos, um outro objetivo da campanha. Promover o luto saudável ajuda a quem está vivendo e melhora o bem-estar da população.

Neste dia 8 de outubro, convidamos todos compartilharem experiências pessoais (anônimas) sobre o luto. O dividir ajuda a curar. A empatia gera empatia e, assim, podemos ajudar quem viveu ou vive um processo de luto da sua vida.