Todas as mulheres são iguais! Pacientes do SUS e de planos privados merecem equidade de tratamento

No dia 26 de agosto é comemorado o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Muito se tem falado a respeito da igualdade de gênero e de equidade salarial. Porém, e sobre a saúde da mulher, qual o tipo de igualdade é abordado? Infelizmente o acesso aos serviços de saúde e a qualidade da assistência ofertada às mulheres está longe de ser igual para todas. Desta forma, ainda existe, conforme apontado pelo médico, forte desigualdade entre as próprias mulheres no que diz respeito ao cuidado com a saúde.

Quando falamos sobre o câncer de mama no cenário brasileiro, por exemplo, as taxas de mortalidade estão diretamente relacionadas ao acesso aos serviços de saúde e à qualidade da assistência ofertada às mulheres. No mundo, as estimativas de sobrevida em cinco anos mostraram uma tendência de aumento em países desenvolvidos; no Brasil, principalmente entre as mulheres que dependem da saúde pública, isso não é observado.

Dados do importante estudo Concord-3 (ALLemANI, 2018) mostram que, no Brasil, as estimativas de sobrevida em cinco anos foram de 76,9% para o período de 2005 a 2009 e caíram para 75,2% para o período de 2010 a 2014.

Algumas diferenças são reveladas quando os casos são comparados por regiões do país nos últimos três anos de atualização da base de dados. A proporção de casos classificados como doença avançada (estádios III e IV) antes do início do tratamento é maior na região Norte (50,1%). Nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de mulheres que chegam ao hospital com doença inicial (estádios 0, I e II) é de 66,6% e 65,1%, respectivamente.

Quando são analisadas as informações considerando a escolaridade da mulher o cenário muda consideravelmente. Conforme aumenta o nível de escolaridade, cresce a proporção de casos que iniciam o tratamento em até 60 dias após o diagnóstico. Claramente, as mulheres com mais acesso às informações e aos serviços de saúde recebem mais rapidamente o tratamento.

O câncer de mama é um dos desafios no cenário atual de envelhecimento populacional e enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. É o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as estimativas de incidência para o ano de 2022 são de 66.280 casos novos. Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2016-2020, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,3% do total.