David Pinheiro Cunha

CRM 146.260

 

O câncer colorretal compreende todos os tumores que acometem o intestino grosso e o reto. Atualmente, ocupa a segunda posição entre os tumores mais frequentes nos homens e também nas mulheres no Brasil. Diante da sua importância, aproveitando mês de março, vamos trazer alguns fatos importantes sobre esse tipo de câncer.

 

– É possível reduzir o risco de desenvolver o câncer colorretal.

 

A predisposição genética individual para se desenvolver um câncer ainda não pode ser modificada, porém a minoria dos canceres tem origem hereditária. Sabemos que evitar a exposição aos fatores risco pode reduzir de forma significativa as chances de ter um câncer de intestino. Por isso, é importante um estilo de vida saudável, com atividade física regulares, manter o peso adequado, realizar dieta rica em fibras, evitar o tabagismo, etilismo, o excesso de carne vermelha e embutidos.

 

– A idade avançada é o principal fator de risco para o câncer colorretal.

 

A maioria dos tumores de intestino ocorrem após os 50 anos. Outros fatores de risco importantes são a história familiar de câncer colorretal, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana) ou alimentos processados, dieta pobre em frutas ou fibras.

Outras condições como a polipose adenomatosa familiar, câncer hereditário sem polipose, doença de Crohn e retocolite ulcerativa, também aumentam de forma expressiva o risco.

 

– Na fase inicial o câncer colorretal é uma doença silenciosa, não causa sintomas.

 

Na fase inicial o câncer de intestino pode ser assintomático. Com o aumento do tamanho da lesão os sintomas podem se desenvolver. As principais queixas são: alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor ou desconforto abdominal, fraqueza ou anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes, massa abdominal ou sangue nas fezes. É importante salientar que muitas vezes esses sintomas também estão relacionados a doenças benignas, por isso a importância de sempre passar por uma avaliação médica.

 

– A colonoscopia pode prevenir o câncer colorretal.

 

O câncer de cólon na maioria das vezes tem origem a partir de um pólipo no intestino. Essas lesões são inicialmente benignas, mas podem sofrer atipias durantes os anos e desenvolver o câncer. Durante o exame de colonoscopia pode ser realizada a retirada dos pólipos ainda nos estágios iniciais, evitando a formação do câncer. No Brasil, esse exame é recomendado para homens e mulheres entre 50 a 74 anos. Em casos de história familiar para câncer de intestino, o exame deve ser realizado 10 anos antes da idade que o familiar apresentou o diagnóstico.

 

– A maioria dos casos são curados com o tratamento.

 

Quando o diagnóstico é realizado em fases iniciais a chance de cura é acima de 80%. Por isso a importância de realizar o exame de rastreamento como a colonoscopia e sempre investigar precocemente os sintomas relacionados à alteração do hábito intestinal ou sangramento. O tratamento depende de diversos fatores como localização tumor, tamanho e se ocorreu a disseminação para outros órgãos (metástase). Na doença localizada, a cirurgia é o tratamento, podendo ser associada a quimioterapia no pós-operatório. Já na presença de metástase, o tratamento geralmente se inicia com quimioterapia associada a anticorpos.

 

– O fígado é o local mais frequente de metástase.

 

Metástase é quando o câncer dissemina do local de origem para outros órgãos. Quando isso ocorre as chances de cura reduzem de forma significativa. O principal local de metástase do câncer de intestino é o fígado, seguido pelo pulmão. Nestes casos, os tratamentos mais empregados são as quimioterapias, associadas ou não aos anticorpos monoclonais. Recentemente foi aprovado no Brasil o uso da imunoterapia para pacientes com metástase com deficiência em genes relacionados ao reparo do DNA, com excelentes resultados!