No dia 6 de dezembro, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) recomendou a incorporação dos inibidores de ciclina para o tratamento de pacientes com câncer de mama no SUS. Este é um avanço histórico, entretanto, a burocracia pode evitar que se torne realidade.
Os inibidores de ciclina são mediações que bloqueiam um processo na célula que pode levar à resistência aos tratamentos anti-hormonais padronizados há muitas décadas. O uso desses medicamentos mostrou um benefício incontestável em termos de sobrevida pacientes com câncer de mama com expressão de receptores hormonais avançado/metastático.
Estas drogas estão aprovadas no mundo e no Brasil há vários anos, porém, apenas recentemente tornaram-se de cobertura obrigatória pelos convênios do nosso país. Elas são caras e há muitos pacientes com indicação de utilização, portanto, tem grande impacto no sistema de saúde.
Agora, a Comissão do SUS que define o que será incorporado (ou não) recomendou a introdução destas medicações no sistema público. A partir de 6 de dezembro de 2021, o Governo tem 180 dias para oferecer à população. A aprovação veio após uma recomendação inicial de NÃO incorporação, a qual foi alterada pela participação da sociedade civil (profissionais, cientistas, associações e pacientes/familiares) em uma consulta pública recente.
É uma grande conquista para todos os brasileiros e mostra que a ação em conjunto da sociedade é de extrema importância para melhorar a saúde de todos. Porém, devemos ficar atentos, pois, como vimos em posts anteriores, o tempo entre essa incorporação burocrática e a real chegada da medicação para os pacientes pode demorar muito tempo (até anos) ou nem se tronar realidade. Para tanto, é importante continuarmos alertas e cobrando das autoridades o cumprimento dessa inclusão.
Referências:
http://conitec.gov.br/images/Relatorios/Portaria/2021/20211207_Portaria_73.pdf