O dia 26 de junho marca a data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Dia Internacional de Combate às Drogas. O uso de drogas é um mal social em todo o mundo. O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU aponta a existência de uma média de 27 milhões de usuários de drogas – aqueles que consomem drogas regularmente ou que apresentam distúrbios ou dependência.

O número corresponde a 0,6% da população adulta mundial, ou seja, cerca de uma a cada 200 pessoas. No Brasil, estima-se 5,7% da população, isto é, mais de 8 milhões de pessoas podem ser consideradas usuárias de drogas.

O vício não se origina na falta de princípios morais ou falta de vontade. Na verdade, trata-se de uma doença complexa e crônica, visto o alto índice de recorrências e recaídas. As drogas modificam a química do cérebro, tornando um desafio o autocontrole para resistir aos impulsos de uso da substância.

No Brasil, temos políticas nacionais de atendimento aos usuários de drogas inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS). Este é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD 24 horas); e conta com equipes multiprofissionais compostas por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, dentre outros.

O CAPS AD, por exemplo, é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. Os centros oferecem diversos atendimentos à população, com acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Os CAPS também atendem aos usuários em seus momentos de crise, podendo oferecer acolhimento noturno por um período curto de dias. Além de apoiar os usuários, as famílias também recebem atendimento na busca de independência e responsabilidade para com o tratamento. Este apoio muitas vezes ultrapassa a estrutura física do local. Busca-se uma rede de suporte social que possa garantir o sucesso do tratamento, pensando na pessoa, em sua história, cultura e vida cotidiana.

Este dia é importante para nos lembrar dos desafios envolvidos no combate às drogas e no cuidado de seus usuários. As políticas de combate a elas devem refletir sobre a complexidade que o tema necessita, considerando os aspectos da sociedade atual, fatores sociais e suas peculiaridades.

 

Referências:

UNIAD – Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas.

UNODC – Agência das Nações Unidas contra drogas e o crime.

Blog da Saúde – Ministério da Saúde.

KARAM, Maria Lucia. Drogas: Legalizar para respeitar os direitos humanos. Conferência do Seminário Redução de Danos: Saúde, Justiça e Direitos Humanos. Salvador-BA. 2015).