No dia 8 de março, foi aprovada no Brasil, pela Anvisa, a medicação Niraparibe (Zejula®) para uso em pacientes com câncer de ovário avançado. Com isso, surge mais um opção para essas pacientes e a indicação deve se ampliar para um número maior de pacientes.

Os estudos que embasaram a aprovação foram dois: PRIMA e NOVA. No PRIMA, o Niraparibe foi testado contra placebo como 1ª linha em 733 mulheres com câncer de ovário que tiveram resposta ao tratamento com quimioterapia. Os resultados mostraram um redução de quase 40% do risco de morte ou progressão. Nesse estudo, o benefício foi independente da mutação do BRCA ou outras alterações genéticas e tal dado é importante por amplia a população que pode utilizar a droga.

No estudo NOVA, o Niraparibe foi testado como 2ª linha, em pacientes com recidiva após tratamento com quimioterapia com platina. Nesse caso, a redução do risco de morte ou progressão foi de 55 a 78%

Os resultados são animadores e trazem mais probabilidade de sobrevida para as pacientes com câncer de ovário.

Deve-se lembrar que é uma medicação oral e, portanto, apesar da aprovação na Anvisa, ainda não é obrigatória a cobertura pelos planos de saúde. Abordamos esse assunto em post anterior (acesse aqui https://www.sonhe.med.br/2019/09/03/simparaquimiooral/).

Não só isso, ainda não está (e tardará a estar) disponível no SUS, ou seja, o acesso a esse tratamento é limitado, uma situação que temos que batalhar para mudar.

 

Referências:

González-Martin, et al. Niraparib in Patients with Newly Diagnosed Advanced Ovarian Cancer. N Engl J Med. 2019;381:2391-402

Mirza MR, et al. Niraparib Maintenance Therapy in Platinum-Sensitive, Recurrent Ovarian Cancer. N Engl J Med. 2016;375:2154-64

https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/25351232639202055/