No último dia 10 de maio, a Anvisa aprovou em bula a indicação de uso de Nivolumabe combinado à quimioterapia para pacientes com câncer gástrico ou da junção gastroesofágica avançados. Esse tipo de tumor é agressivo e com altos índices de mortalidade quando metastático. É semelhante ao que, infelizmente, levou ao ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, a falecer recentemente de forma tão precoce.
O estudo que embasa a indicação é o Checkmate-649, que comparou o uso combinado de quimioterapia e imunoterapia com a quimioterapia isolada em 1.581 pacientes, mostrando uma redução de 29% do risco de morte para os pacientes com marcador PD-L1 > 5%. Além disso, a taxa de resposta foi consideravelmente maior (60 x 45%) nesses indivíduos. Os dados também confirmaram o benefício para a população geral, independente do PD-L1. Quanto à segurança, os efeitos colaterais foram toleráveis, apesar de frequentes em ambos os grupos.
A imunoterapia já tinha indicação em linhas posteriores de tratamento, mas, na primeira linha, é a primeira vez que é aprovada no Brasil.
Esses dados são importantes pois adicionam uma opção para esses pacientes e promovem um aumento significativo, apesar de pequeno, em sobrevida global, que é curta nesse cenário.
Vale lembrar que essa aprovação em bula promove acesso aos pacientes com plano de saúde, mas não aos dependentes do SUS. A medicação, muito cara, ainda será pouco disponível para a nossa população, um cenário contra o qual devemos sempre nos esforçar para mudar.
Referências: