Um ano novo começando e temos novidade para pacientes com câncer de bexiga! O Avelumabe (Bavencio®), uma imunoterapia, foi aprovada para uso pela Anvisa em 28/12/2020 e vem para trazer benefícios para pacientes em estágio avançado da doença.

O Avelumabe é um medicamento que inibe uma proteína (PD-L1), que está presente em diversos tipos de tumores, levando a uma maior ativação do sistema imune contra o câncer e, consequentemente, a um maior controle da doença.

Esta droga – assim como outros imunoterápicos – já são utilizados em tumores de bexiga avançados em linhas posteriores e pacientes que não têm condições de receber quimioterapia. Agora, o estudo JAVELIN BLADDER 100 mostrou que o seu uso também traz benefício quando feito logo na primeira linha, em sequência da quimioterapia.

No estudo, os pacientes com câncer urotelial de bexiga (o mais comum) avançado foram submetidos a quimioterapia padrão por 4 a 6 ciclos e, caso houvesse resposta ao tratamento, eram sorteados para receberem o Avelumabe ou não. Ao final, 700 pacientes foram incluídos e a sobrevida global mediana passou de 14,3 para 21,4 meses, o que representou uma redução do risco de morte de 31%. Depois de 1 ano, 71,3% pacientes que receberam Avelumabe – contra 58,4% do grupo controle – estavam vivos. Como esperado, a taxa de efeitos colaterais foi maior com Avelumabe, já que a comparação foi com suporte clínico sem medicação, porém o padrão de toxicidades não foi diferente do previsto.

Essa nova indicação já autoriza o uso em qualquer paciente do Brasil que cumpra os critérios de seleção do estudo, entretanto o acesso fica limitado aos pacientes com planos de saúde, tendo em vista que essa aprovação não se estende ao SUS. A notícia é, sim, boa, mas nos lembra da desigualdade entre setores privado e público e do nosso dever de tentar incorporar essas novas medicações também no SUS. Continuaremos com novidades nesse ano! Um Feliz Ano Novo!

Referências:

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/novos-medicamentos-e-indicacoes/bavencio-avelumabe-nova-indicacao

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2002788