Alaís Camargo Corcioli, fisioterapeuta

Crefito 3 / 173506-F

 

Estamos em outubro, mês que fortalece a campanha internacional contra o câncer de mama simbolizada pela fita cor de rosa, lançada na década de 90 pela Fundação Susan G. Komen durante uma corrida de rua em Nova York, a afamada Race for the Cure . Mas, falando em movimento, você sabia que nesse mês também celebramos o Dia Nacional do Fisioterapeuta?

Foi no dia 13 de outubro de 1969, há 51 anos (!), que o Decreto-Lei 938 foi expedido regulamentando a profissão no Brasil. Somos a ciência do movimento e da funcionalidade, que previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais, adquiridos, por exemplo, em razão do câncer! Ao todo, temos quinze especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, dentre elas, a Fisioterapia Oncológica.

A assistência profissional aos pacientes oncológicos é bastante ampla no que diz respeito a: nível de atenção à saúde (complexidade), objetivos e recursos terapêuticos, variando conforme localização do câncer, estadiamento e possíveis disfunções associadas à doença e ao tratamento (clínicos e/ou cirúrgico). Grosso modo, busca-se a manutenção ou a recuperação da capacidade funcional e da qualidade de vida, seja nos serviços ambulatoriais, domiciliares ou hospitalares (enfermarias clínicas ou cirúrgicas e unidades de terapia intensiva).

Algumas das disfunções passíveis de serem tratadas (com resolução completa ou parcial), por meio da Fisioterapia, são: dor, redução da força muscular e da amplitude de movimento articular, fadiga oncológica, náusea/vômito, linfedema, fibroses (como o cordão axilar), incontinência urinária, paresia facial periférica, redução das trocas gasosas, colapso alveolar, redução da força diafragmática e inabilidade de tosse.

Controlar ou reverter tais sintomas implica em ganho de autonomia, conforto e habilidade física, redução no risco de queda e de infecções e retorno ao trabalho, além de contribuir com a continuidade do tratamento médico. Vale ressaltar que a relevância da Fisioterapia vai além da reabilitação, destacando-se o trabalho preventivo na pré-habilitação, por exemplo, cria-se uma reserva funcional, especialmente naqueles pacientes com risco aumentado de complicações no pós-operatório (sarcopenia, pneumonia, atelectasia, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, insuficiência respiratória, etc.), reduzindo a incidência ou a gravidade de sequelas, tempo de internação e readmissões hospitalares.

Ao nosso alcance estão, entre outros recursos, os exercícios terapêuticos (assistidos, resistidos e aeróbicos), a terapia manual, a eletroestimulação, o treinamento muscular respiratório, a oxigenoterapia, o suporte ventilatório não invasivo, a drenagem linfática, o enfaixamento compressivo e a mobilização e educação em saúde. As condutas são escolhidas após avaliação e elaboração do projeto terapêutico, que é individualizado, e as sessões de acordo com a condição clínica do paciente, respeitando seus limites, porém incentivando novas conquistas.

Integrando à equipe multidisciplinar, somos mãos e ciência, que acolhem e cuidam, para oferecer um suporte humanizado e de excelência.