1 – Quando começou o uso do cigarro?

É controverso quando tudo começou, mas os astecas e maias, na América Central, já fumavam substâncias psicoativas, enroladas em folhas de plantas e mesmo tabaco. A partir da dominação espanhola no Novo Continente, o tabaco chegou à Europa e, em 1830, ganhou a França, onde se popularizou. A partir de 1845 foi lançado à escala industrial sob a tutela do estado francês que geria a produção e comercialização. No Brasil, os indígenas já usavam o fumo em alguns rituais e as grandes navegações portuguesas colocaram os portugueses em contato com o tabagismo.

 

2 – São muitas substâncias nocivas.

São mais de 4.800 compostos químicos em um único cigarro, dentre os quais mais de 70 são sabidamente cancerígenos. É disparado o maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer, estando relacionado a pelo menos 30% de todos os tumores.

 

3 – A nicotina atinge o cérebro em 10 segundos.

Depois de tragar um cigarro, leva cerca de 10 segundos para a nicotina chegar ao cérebro, liberando substâncias responsáveis por promover sensação de prazer e euforia. Por isso, o cigarro é tão viciante.

 

4 – Um terço da população do mundo é fumante.

Acredita-se que um terço de toda a população adulta do mundo seja composta por fumantes. Destes, a maior parte está na China e aproximadamente cerca 60% dessas pessoas desejam parar de fumar.

 

5 – As mulheres sofrem mais com o cigarro e parar de fumar não engorda tanto quanto as pessoas pensam.

Os problemas causados pelo tabagismo são mais graves para mulheres devido a sua fisiologia natural, questões como gestação e uso de anticoncepcionais. As mulheres correm mais riscos de sofrer com infertilidade, menopausa precoce e problemas como flacidez e rugas. Quando uma pessoa para de fumar seu organismo sofre alterações metabólicas que promovem um ganho de peso. No entanto, esse ganho de peso costuma variar entre dois e quatro quilos apenas. Se você parar de fumar e ganhar mais peso que isso é interessante procurar acompanhamento psicológico.

 

6 – Quais os tumores estão relacionados ao tabagismo?

O tabagismo está diretamente relacionado a um maior risco de desenvolver vários tipos de neoplasias, com particular importância para cânceres de pulmão, cabeça e pescoço (boca, língua, faringe, laringe, esôfago), estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemias.

 

7 – Quais outras doenças são relacionadas ao cigarro?

O tabagismo é o segundo fator de risco mais importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (perdendo apenas para hipertensão arterial), como angina, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral.  Além de diversas outras doenças respiratórias (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias). Há ainda outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes.

 

8 – Cigarro e COVID-19.

Na atualidade, não podemos esquecer da pandemia de Sars-CoV-19, causada pelo coronavírus, que já matou milhares de pessoas pelo mundo. Já existem dados de estudos chineses e italianos relacionando o tabagismo com a forma mais grave da doença e uma maior letalidade. Acredita-se que um dos motivos pelos quais a Itália teve tantos casos graves e óbitos por COVID-19, seja o fato do número de tabagismo nesse pais ser um dos mais altos da Europa.

 

9 – O cigarro poderá causar mais de 7,5 milhões de mortes em 2020 no mundo. No Brasil, são 428 mortes por dia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que no ano de 2020 acontecerão mais 7,5 milhões de mortes provocadas pelo tabagismo e tanto os fumantes ativos como os passivos são vítimas desse produto. O tabagismo é considerado a maior causa evitável de mortes no mundo. Só no Brasil são 428 mortes por dia pelo tabaco, o que causa um impacto gigantesco na saúde e na economia. Estima-se que R$ 56,9 bilhões são perdidos a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade relacionados às doenças ligadas ao tabagismo. Os pacientes que fumam têm, em média, 14 anos menos de expectativa de vida em relação a quem não fuma.

 

10 – Fumantes passivos também sofrem as consequências.

Cada vez está mais claro que os tabagistas passivos (aqueles que não fumam, mas convivem de perto com quem fuma) também têm mais chances de desenvolver câncer, doenças cardíacas e pulmonares. Do total de mortes relacionadas ao cigarro, 12% ocorrem em fumantes passivos.

 

11 – Câncer de pulmão e tabagismo.

O câncer de pulmão, o terceiro mais incidente no Brasil e aquele que mais mata, está diretamente relacionado ao tabagismo. Mais de 80% dos pacientes são ou foram tabagistas. Trata-se de um dos canceres mais agressivos, acometendo cerca de 1,8 milhão de pessoas e em mais de 80% dos casos a doença é diagnosticada em fases avançadas, com metástases, quando a cura é praticamente impossível. Mesmo aqueles que param de fumar precisam de 20 anos para terem seus riscos diminuídos para próximo de uma pessoa que nunca fumou. O câncer de pulmão mata no mundo mais que os canceres de próstata, mama e intestino juntos.

 

12 – Câncer de cabeça e pescoço e tabagismo.

O câncer de cabeça e pescoço, sendo o mais frequente, o carcinoma epidermoide, representa o terceiro tipo mais comum de câncer nos homens no Brasil (quando contamos os tumores de cavidade oral, faringe, hipofaringe e laringe juntos) e está intimamente relacionado ao tabagismo, sendo acompanhado logo em seguida pelo álcool e, depois, pela infecção pelo vírus do HPV.

 

13- Câncer de bexiga e tabagismo.

Embora o câncer de bexiga seja mais raro que o câncer de pulmão e o de cabeça e pescoço, é extremamente agressivo. Acomete mais de nove mil brasileiros, sendo 6.6 mil homens e 2,7 mil em mulheres, e causa a morte de cerca de 4 mil pessoas ao ano. 70% dos casos de câncer de bexiga estão ligados ao uso de cigarro. As substâncias nocivas do cigarro são filtradas pelos rins e entram em contato com a parede da bexiga.

 

14 – Brasil com lugar de destaque no combate ao tabagismo.

O Brasil ganhou lugar de destaque ao conseguir reduzir de forma consistente o número de pessoas que fumam. Os esforços para essa redução começaram em 1990, quando profissionais de estados e municípios foram treinados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para tratarem pacientes tabagistas no SUS e o tratamento começou a ser oferecido de forma gratuita, por exemplo, com a disponibilização de medicações como a bupropiona.  Os impostos sobre os cigarros aumentaram, chegando a 83%, em 2018; as propagandas foram proibidas em televisão e revistas, tornou-se obrigatório estampar as embalagens de cigarro com fotos e frases que mostrassem os efeitos devastadores do cigarro e, por fim, a proibição do fumo em locais fechados de uso coletivo. Todas essas medidas levaram o Brasil a reduzir em mais de 50% o número de pessoas que fumam nos últimos 25 anos (34% da população em 1989 e 10% em 2017).

 

15 – Cigarro, hábito se inicia cedo.

O I Levantamento sobre Drogas entre universitários de instituições de ensino superior (IES) públicas e privadas das 27 capitais brasileiras foi realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os resultados apontaram que estudantes universitários do sexo masculino iniciaram (experimentaram pela primeira vez) o uso de tabaco aos 15,9 anos de idade e os do sexo feminino, aos 16 anos, perfazendo média de 16 anos.  Além disso, os estudos indicam que a experimentação de tabaco é maior entre estudantes da rede pública de ensino e, geralmente, as frequências de uso de tabaco nos últimos 30 dias também são maiores em instituições de ensino públicas

 

16 – Redução do tabagismo em todas as idades.

A redução do tabagismo vem acontecendo, no Brasil, em todas as faixas etárias, com redução de 50% entre os jovens com menos de 30 anos e também redução de 44% entre as mulheres. Segundo o INCA mais de 1,5 milhão de pessoas fizeram tratamento na rede pública para parar de fumar nos últimos 10 anos. Mas ainda não foi possível acabar completamente com esse vício. Dados mostram que as capitais onde mais se fuma são Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Enquanto Salvador, São Luiz e Belém são as que tem menos fumantes. O Brasil ocupa hoje o 34º lugar entre os países que mais fumam em um ranking que engloba 149 nações.

 

17 – Alternativas ao cigarro convencional.  Perigo em crescimento!

Além do cigarro, existem os charutos, cachimbos, cigarros de palha, narguilés e, mais recentemente, os cigarros eletrônicos. Algumas pessoas defendem esses tipos de fumo, alegando serem menos prejudiciais. No entanto, isso não é verdade. Alguns deles, como o narguilé, são ainda mais nocivos. E o cigarro eletrônico vem se mostrando um grande perigo! O uso de cigarro eletrônico vem crescendo no Brasil (onde a comercialização é proibida) e no mundo. Em 2018, mais de 3,5 milhões de estudantes do ensino médio, nos EUA disseram já ter experimentado o cigarro eletrônico. Seus efeitos deletérios ainda não são completamente conhecidos, mas o Centro de Controle de Doenças dos EUA, divulgou recentemente várias mortes associadas diretamente ao uso do cigarro eletrônico. Por isso o combate ao cigarro ganha novos inimigos que não podem ser esquecidos.

 

18 – Os benefícios ao parar de fumar são rapidamente sentidos.

Há quem acredite que o tabaco leva anos para começar a causar danos no corpo humano. Na verdade, é preciso apenas alguns minutos para que esses danos comecem a acontecer no organismo. No entanto, mesmo depois de anos alimentando esse vício é possível recuperar a saúde depois de colocar um fim nele. Apenas 48 horas depois de parar de fumar, as terminações nervosas começam a ser regeneradas, fazendo com que se sinta melhor os sabores e cheiros. Porém, uma pessoa que fumou por muitos anos, precisa de cerca de 20 anos livre do cigarro pra voltar a ter o mesmo risco de desenvolver câncer de pulmão de uma pessoa que nunca fumou.