Ana Beatriz Bortolansa Pacagnella

Assistente Social – Hospital e Maternidade Santa Tereza

 

O assistente social é formado para desenvolver uma leitura crítica da realidade vivenciada por aqueles que o procuram. Com isso o profissional de serviço social tem na equipe o papel de compreender e intervir nos múltiplos fatores sociais do adoecimento, necessitando conhecer a situação vivenciada pelo paciente e sua família.

Conhecer a história do paciente e identificar seu papel dentro da organização familiar e sua condição socioeconômica e sua rede de suporte social implicam em estratégias para o enfrentamento da doença. Cabe ao assistente social ser a ponte entre a equipe, a realidade vivida pelo paciente e sua família, a sua história, seus limites. Além disso, desempenha um papel fundamental ao trazer conhecimento sobre benefícios ligados a previdência social, benefício de prestação continuada, isenção no imposto de renda, quitação de financiamento imobiliário entre outros.

A descoberta de certas doenças como um câncer, não afeta somente o paciente, mas todos a sua volta e a traz consigo a possibilidade da finitude; com isso os cuidados paliativos são de extrema importância.

O cuidado paliativo é uma abordagem como denominada pela OMS em 2002 que prioriza qualidade de vida dos pacientes e seus familiares em doenças que ameaçam a continuidade da vida através da prevenção e do alívio do sofrimento.

O serviço social não atua sozinho: é necessário que todos os profissionais que integram a equipe estejam em sintonia para cuidar de todas as dimensões sociais, emocionais, físicas, espirituais trazendo assim o cuidado integral e único de cada paciente.

Nos cuidados paliativos a atuação do assistente social deve buscar colocar o teórico e a prática nas relações com o paciente visando reconhecê-lo como único e dono de sua história mantendo assim sua singularidade. É fundamental ter uma escuta e acolhimento auxiliando assim todos os envolvidos e compreendendo o processo que envolve a terminalidade e os desafios que envolvem, equipe, família e paciente, na tomada de decisões, reconhecendo as possibilidades do cuidado e atenção encaminhando para rede de apoio e auxiliando em burocracias que irão surgir durante o processo. Por fim, deve garantir ao paciente durante seu tratamento os recursos existentes, ao atendimento humanizado digno e amenizar sofrimento, respeitando e preservando os desejos do paciente.

 

Referências Bibliográficas

ANDRADE, L. O papel da assistente social na equipe de cuidados paliativos. In: CARVALHO,R.T.;PARSONS.A. Manual de cuidados paliativos ampliado e atualizado ANCP. Rio de Janeiro:Diagraphic,2012.p  341-344.

FERREIRA, G. D. Serviço social e cuidados paliativos: compromisso na defesa de direitos e respeito à escolha do indivíduo. In: ANDRADE,L.(Org). Cuidados paliativos e serviço social: um exercício de coragem. 1 ed. Holambra, SP:Editora Setembro, 2017.p. 281-295.

LOPES, F.S; ALVES,A.M.T; AFONSO,C.A. Especificidades da atenção ao paciente com câncer. In: ANDRADE,L.(Org). Cuidados paliativos e serviço social: um exercício de coragem. 1 ed. Holambra, SP:Editora Setembro, 2017.p. 207-218.

MATSUMOTO,D.Y. Cuidados Paliativos: conceito, fundamentos e princípios.In: CARVALHO,R.T.;PARSONS.A. Manual de cuidados paliativos ampliado e atualizado ANCP. Rio de Janeiro:Diagraphic,2012.p 23-30.