O ano de 2020 chegou e o que nenhum de nós imaginava é que logo no seu início o mundo pararia e se isolaria por algo que ninguém consegue de fato enxergar: um vírus de altíssimo poder de contágio e que pode cursar com graves sintomas respiratórios.

O já mundialmente famoso coronavírus (cientificamente denominado como SARS-CoV-2 ou 2019-nCoV) é o agente causador da COVID-19, doença que pode cursar com leves sintomas gripais em seu início, mas tende a evoluir para rápida e até fatal condição de insuficiência respiratória em alguns casos. Idosos e pessoas com doenças crônicas como o diabetes e câncer são o grupo de maior risco para evolução da forma grave da doença.

Muito se comenta sobre como prevenir o contágio da COVID-19; até o momento, o isolamento social rigoroso em combinação com adequada higiene das mãos (com água, sabão e/ou álcool em gel) vem sendo a receita para tentarmos evitar uma verdadeira catástrofe no sistema de saúde brasileiro.

Ao passo que vivemos esta pandemia, surgem muitos questionamentos sobre como evitar a contaminação das mãos diante de uma infinidade de objetos e superfícies que manipulamos e encostamos ao longo dos nossos afazeres diversos, ainda que nesse momento de “quarentena” nossas vidas possam ter se tornado monótona e menos atarefada. Na era da internet e da imediata e maçante circulação de informações (muitas delas não fidedignas) fica difícil saber em quem ou o que acreditar. É por isso que nós, do Grupo SOnHe, criamos o programa “Mostre-me a evidência”, momento em que nossos médicos oncologistas comentarão conteúdos científicos que embasam o conhecimento sobre temas do nosso dia a dia. E, para darmos as boas vindas ao programa, nada melhor do que estrearmos com evidências fresquinhas sobre a COVID-19:

O The New England Journal of Medicine, renomado jornal científico detentor de importantes publicações da medicina moderna, publicou há exatos 17 dias um artigo comentando sobre o tempo de sobrevivência do SARS-CoV-2 em algumas superficies muito presentes no nosso dia a dia. O estudo explicitou os resultados comparando-os com dados históricos obtidos durante os tempos de infecção pelo SARS-CoV-1, “primo mais velho” do atual causador da COVID-19, responsável por uma epidemia em menor escala de síndrome respiratória aguda severa (SARS) na China e outros países orientais entre os anos de 2002 e 2003. Felizmente, à época, esta condição foi contida.

O artigo nos trouxe dados da sobrevivência do vírus disperso pelo ar (aerossol) e em superficies como o cobre, aço inoxidável, papelão e plástico. Quando avaliado disperso no ar (aerossol), o vírus da COVID-19 permaneceu viável durante as três horas iniciais do experimento. Foi no plástico e no aço que o vírus encontrou sua maior estabilidade, sendo identificado por até 72 horas. No papelão, o vírus não mais foi identificado após 24 horas de experimento e no cobre a permanência do mesmo foi ainda menor, desaparecendo após a quarta hora. A figura adaptada que segue abaixo mostra didaticamente essas informações:

Fonte: modificado de V Doremalen, Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1, NEJM, 17 mar. 2020.

É isso por hoje, pessoal. Nada mais seguro do que o conhecimento bem produzido e de qualidade para nortear nossas atitudes do dia a dia. Esse estudo consolida ainda mais a importância da higienização das mãos para evitar a contaminação das superficies que nós entramos em contato. Essa e outras medidas como o isolamento social são indispensáveis nesse momento que estamos vivendo. Sendo assim, informe-se para fazer seu papel para o Brasil e para o mundo. Nós, do Grupo SOnHe, continuaremos mostrando as evidencias para que isso aconteça.

E aí? Gostou? O NEJM liberou diversos os artigos sobre a COVID-19 para acesso grátis. Então, para quem se interessar ainda mais e quiser ler o artigo na íntegra, aqui vai o link:

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc2004973?query=featured_home

Aproveite para dar navegar em nossas mídias sociais e conferir as orientações do Grupo SOnHe sobre COVID-19 para pacientes oncológicos.

Fonte: VAN DOREMALEN, Neeltje; BUSHMAKER, Trenton; MORRIS, Dylan H.; HOLBROOK, Myndi G.; GAMBLE, Amandine; WILLIAMSON, Brandi N.; TAMIN, Azaibi; HARCOURT, Jennifer L.; THORNBURG, Natalie J.; GERBER, Susan I.. Aerosol and Surface Stability of SARS-CoV-2 as Compared with SARS-CoV-1. New England Journal Of Medicine, [s.l.], 17 mar. 2020.