Nos últimos anos, o interesse público em ervas como uma abordagem médica alternativa cresceu e se tornou mais atraente. Embora haja evidências científicas limitadas sobre a eficácia de algumas ervas. Preocupações com a segurança e o perfil pouco claro dos efeitos colaterais os tornam substituídos pelas terapias médicas padrão. Além disso, deve-se ter cautela consumindo-as, especialmente quando são promovidas como uma maneira de limpar toxinas e promover a saúde.
O termo “erva” tem sido usado de maneira vaga para se referir não apenas a plantas herbáceas, mas também a cascas, caules, flores, raízes e sementes. Sob a lei atual, as ervas são consideradas suplementos alimentares. Portanto, eles são comercializados sem demonstrar segurança e eficácia, conforme é necessário para os medicamentos. Desde os tempos pré-históricos, a humanidade usa ervas para fins medicinais e de cura. Embora algumas ervas sejam seguras em quantidades modestas, elas podem ser tóxicas em concentrações mais altas.
Comprado pronto em supermercados ou consumido também na versão caseira, o chá conhecido pelo poder detox atrai cada vez mais adeptos de uma rotina saudável. Folhas, raízes, ervas e outros ingredientes citados na composição da bebida são conhecidos pelas ações antioxidantes, anti-inflamatória e antibacteriana, o que auxilia o processo metabólico.
As terapias antioxidantes podem aliviar os efeitos adversos da quimioterapia e / ou radioterapia, mas podem antagonizar os efeitos antitumorais, reduzindo os danos oxidativos. Eles impedem o dano celular de órgãos e tecidos normais, reagindo com os radicais livres oxidantes. No entanto, os antioxidantes podem antagonizar os efeitos antitumorais da radioterapia e alguns tipos de quimioterapia e deve ser desencorajado devido à possibilidade de proteção do tumor e redução da sobrevida.
Complementando que tudo o que ingerimos, necessariamente precisa ser metabolizado e eliminado pelo fígado e rins, se o chá for consumido em excesso, o fígado pode não ter condições de eliminá-lo totalmente, o que acaba levando à sobrecarga e intoxicação do órgão. Vários casos de hepatotoxicidade, distúrbios neurodegenerativos e outros efeitos adversos após o consumo de grandes quantidades ou preparações concentradas de C. sinensis foram relatados.
Lembrando que o paciente oncológico, é um paciente exposto a efeitos colaterais de tratamentos quimioterápicos e radioterápicos que podem causar náusea, vômito, diarreia e ainda outros distúrbios relacionados à cavidade oral, paladar a falta de fome e/ou sede que também influenciam no equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. E, ainda, que dependendo do sítio de metástase que o paciente possui, a metabolização de determinados eletrólitos e o funcionamento do fígado e/ou rim já está ameaçada e sensível a qualquer mínima injúria e sobrecarga externa.
Pesquisas futuras precisam descrever a extensão real dos benefícios para a saúde, verificar a gama segura de consumo de chá associado a esses benefícios e esclarecer os mecanismos prováveis de ação. Novos sistemas experimentais devem ser desenvolvidos para avaliar melhor os efeitos do chá nos seres humanos. O desenvolvimento de métodos mais específicos e sensíveis, com mais modelos de representação, juntamente com o desenvolvimento de bons biomarcadores preditivos, permitirá uma melhor compreensão da interação do chá com sistemas endógenos e outros fatores exógenos, principalmente na população oncológica.
Diante do exposto, nossa missão é aumentar a conscientização do público sobre os desarranjos metabólicos e eletrolíticos potencialmente graves que podem estar associados ao consumo indevido de regimes de ervas.
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