Desde a última semana circula uma notícia sobre o diagnóstico de um câncer de pele do técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo. Dentre várias informações desencontradas, alguns esclarecimentos são necessários.
Primeiramente, pelos dados disponíveis, não se sabe ao certo qual o tipo de câncer de pele identificado em Luxemburgo. O que foi divulgado é que foi realizada uma biópsia de uma lesão nasal e que o resultado revelou um câncer de pele. Além disso, há descrição de que será feito um procedimento de extração da lesão de forma completa.
O câncer de pele compreende alguns tipos de tumores com comportamentos bastante distintos. O mais comum, de longe, é o carcinoma basocelular (CBC), que corresponde a aproximadamente 30% de todos os cânceres no Brasil. Muitas vezes, inclusive, o CBC não é computado nas estatísticas, em função do seu comportamento pouco agressivo e sua alta taxa de cura. O tratamento do CBC, na enorme maioria das vezes, é cirúrgico, sendo a radioterapia e os tratamentos medicamentosos reservados para casos muito específicos e raros.
O outro tipo de tumor maligno de pele, menos comum, é o melanoma. Este pode, sim, ter um comportamento mais agressivo, porém, quando diagnosticado precocemente e operado, também apresenta taxas de cura próximas dos 90%. Quando o tumor se espalha, porém, o prognóstico torna-se pior e tratamentos medicamentosos são necessários.
O fato é que esses dois tipos de tumor de pele têm como principal fator de risco a exposição solar crônica, ainda mais quando não há proteção adequada. E esse assunto é o motivo do Dezembro Laranja, campanha que começa junto com o mês do início do verão, e serve para conscientizar a população dos riscos de abusar do sol.
Medidas simples fazem toda a diferença na prevenção (e também ajudam contra o envelhecimento). Devemos sempre lembrar de passar protetor solar diariamente, mesmo que você não fique diretamente exposto ao sol, usar chapéus/bonés e óculos escuros com proteção ultravioleta e evitar exposição solar das 10 às 16 horas, quando os raios ultravioleta se concentram e podem causar mais dano à pele. Não só isso, para identificar precocemente possíveis tumores, devemos ficar atentos às lesões de pele. Manchas ou pintas novas ou que mudam de aspecto (cor ou forma), crescem, sangram ou coçam são situações que devem ligar o alerta.
De qualquer maneira, na suspeita ou na dúvida, procure um dermatologista e aproveite a estação mais divertida do ano com segurança. E, em caso de diagnóstico como o de Vanderlei Luxemburgo, lembre-se que são tumores tratáveis e, muitas vezes, pouco agressivos.
Referências:
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/
https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/cancers/17-Non-melanoma-skin-cancer-fact-sheet.pdf
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-nao-melanoma