Para o bom exercício da Medicina, não basta o médico saber bastante sobre a teoria científica, mas também demonstrar compaixão, uma atitude que pode fazer mais bem do que se imagina. Essa afirmação pode parecer apenas senso comum, mas tem base científica e é sobre isso que fala um novo livro, lançado no dia 30 de abril de 2019, chamado “Compassionomics: The Revolutionary Scientific Evidence that Caring Makes a Difference”, dos médicos Sthephen Trzeciak e Anthony Mazzarelli, da Cooper University, nos Estados Unidos.

Os autores mostram na obra que a prática de ter compaixão com os pacientes não é apenas agradável, mas traz benefícios reais em desfechos clínicos tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde que os atendem. Essa relação entre compaixão e consequências positivas tem sido estudada há algum tempo pelos autores que, por meio de revisões extensas da literatura, identificaram associações muito úteis: redução do sofrimento dos pacientes, melhora da dor com redução do uso de analgésicos, redução do burnout entre os profissionais de saúde e, consequentemente, redução dos custos do cuidado na saúde. Com base nisso, eles sugerem que estudos futuros sejam feitos levando essas relações em conta.

Numa época em que muito se fala do crescente distanciamento entre médicos e pacientes, este livro reforça que o mais importante continua sendo o foco no bem-estar do outro, com a prática da Medicina baseada não só em evidências, mas também em valores.

Referência: Trzeciak S, Roberts BW, Mazzarelli AJ. Compassionomics: Hypothesis and experimental approach. Medical Hypotheses 2017;107:92-7.