Considerando os recentes vídeos disseminados nas mídias eletrônicas acerca da mamografia e seu papel na detecção e diagnóstico do câncer de mama, reiteramos em total concordância com a nota emitida pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) que:
- No Brasil a mortalidade por câncer da mama continua aumentando, com diagnósticos sendo feitos em mulheres com tumores cada vez mais avançados. A dificuldade de acesso aos tratamentos e baixa adesão ao rastreamento mamográfico são as principais causas da alta mortalidade.
- A mamografia a partir dos 40 anos é o único exame que, realizado de maneira sistemática, comprovadamente DIMINUI a mortalidade por diagnosticar a doença mais precocemente possível. Estudos com mais de 500 mil mulheres comprovaram uma redução da mortalidade de 10% a 35% nas mulheres que faziam rotineiramente a mamografia, sendo um consenso mundial sua recomendação. E não há comprovação de tumores de mama induzidos pela radiação da mamografia. O exame rotineiro da mamografia no Brasil é recomendado anualmente entre 40-75 anos de idade.
- O autoexame é um exame de autoconhecimento da mulher e das modificações do seu seio, porém não é adequado para diagnóstico precoce, já que somente identifica tumores avançados.
Como oncologistas, entendemos o quanto um diagnóstico de câncer de mama impacta a mulher e sua família. Por este principal motivo, reiteramos que vídeos irresponsáveis que colocam em dúvida a mamografia podem gerar um enorme malefício. Se não for realizada, a chance de um diagnóstico precoce será eliminada, diminuindo as possibilidades de cura e, ainda, nos tumores de estágios mais avançados, serão necessárias cirurgias mais mutiladoras e tratamentos mais agressivos.
Um Comentário
Acredito que há muito tempo já deveria ser feito mamografia a partir dos 40 anos. Nao entendo o porque se a porcentagem de mulheres que perdem a vida e mulheres que são diagnosticadas tardiamente com a doença só aumentam a cada ano.
O que é preciso ser feito para mudar isso?