Recentemente no nosso blog, falamos sobre os perigos do tabagismo e do uso de narguilé. Porém, essas não são as únicas práticas recreativas nocivas à saúde. A maconha é uma droga cujo uso tem crescido, sendo a substância ilícita mais consumida no mundo e que pode ter consequências maléficas para os seus usuários, dentre elas o câncer.

Em maio, falamos um pouco sobre o tabagismo e sobre como esse hábito – que envolve inalar mais de 4.000 substâncias tóxicas, sendo 70 cancerígenas – pode afetar a nossa saúde. O tabaco causa perto de 90% dos cânceres de pulmão e tem relação com 30% das mortes por todas as neoplasias malignas. Além disso, aumenta muito o risco de doenças cardiovasculares e causa danos consideráveis aos órgãos do corpo, envelhecendo a pele e prejudicando a capacidade de respirar. Vimos também que a melhor opção é sempre deixar de fumar, não só para a pessoa, mas também para os familiares e amigos que convivem com a mesma, visto que o fumo passivo também é um risco. Para parar, não adianta, o indivíduo tem que conhecer os riscos a que ele está exposto e saber que está usando uma droga que vicia e mata.

Em outro post, o Dr. David Cunha mostrou que o narguilé é uma nova moda entre os jovens e adultos. O seu uso se baseia na aspiração de fumaça de diversas substâncias através de um cachimbo acoplado a um recipiente com água. Muitas vezes os usuários referem, erroneamente, que a prática não traz malefícios. Mas estudos mostram que uma rodada de narguilé (aproximadamente 45 minutos) equivale a fumar 100 cigarros. Desse modo, as consequências vêm junto com a utilização: câncer de pulmão, de cavidade oral e garganta, doenças cardiovasculares e enfisema pulmonar. Além disso, a dependência química também pode ocorrer, já que altos níveis de nicotina também são inalados, e há o risco inclusive de infecções por compartilhamento do cachimbo entre as pessoas.

Em relação à maconha, estima-se que aproximadamente 180 milhões de pessoas façam uso no planeta. Apesar de algumas pessoas a considerarem inofensiva, diversos problemas advêm do seu uso.

Dependência química, problemas vasculares, doenças psiquiátricas, alterações pulmonares agudas, infertilidade são alguns exemplos. Alguns estudos mostram que pode haver um aumento pequeno no risco de infarto do coração e acidente vascular cerebral (AVC), mais conhecido como derrame. Outros trabalhos associam o uso regular da maconha com redução da cognição, ou seja, piora da capacidade de raciocinar. Dentre os problemas psiquiátricos, os usuários apresentam maior risco de desenvolver esquizofrenia, com um aumento de aproximadamente 24%. Ademais, ansiedade, depressão, transtorno bipolar, parecem ter alguma relação com o uso da substância. E não podemos esquecer que o uso de drogas como a maconha pode levar também ao desenvolvimento de dependência a outras drogas, como o próprio cigarro e o álcool, além de ser uma porta de entrada para outras mais pesadas.

Sobre a relação com o câncer, os estudos, apesar de serem de evidência científica reduzida, mostram que há aumento de ocorrência de alguns tipos de câncer. O de testículo é um deles. Pesquisadores notaram um aumento de 150% na incidência deste tipo de tumor entre pessoas que usavam maconha. Em relação ao câncer de pulmão, a maconha leva a alterações diretas no tecido pulmonar, que predispõem ao desenvolvimento de tumores malignos, já que irrita e lesa as células do parênquima dos pulmões.

Apesar dos efeitos deletérios do seu uso regular, a maconha tem se mostrado útil para a medicina, já que tem sido usada em algumas situações específicas, como controle de dor, falta de apetite e de náuseas e vômitos em pacientes com câncer. Os estudos são controversos, porém alguns mostram alguma melhora do enjoo pós-quimioterapia em pacientes que não tiveram sucesso usando as medicações comuns. O mesmo aconteceu com o nível de dor quando doentes com câncer avançado foram tratados, sem sucesso, com medicações analgésicas normalmente utilizadas pelos médicos. Outro uso foi o de estimulador de apetite em pessoas com falta dele. Entretanto, devemos nos lembrar dos efeitos adversos do uso da droga e que não se sabe quais podem ser as consequências do uso à longo prazo. De qualquer maneira, os compostos derivados da maconha ou a própria planta para consumo não são liberados no nosso país.

É isso aí! Fora os estudos com algum papel da maconha na medicina, o tabagismo, o narguilé e a maconha são hábitos com muitos efeitos colaterais e devem ser combatidos e evitados, a fim de promover melhor saúde para nosso corpo e nossa mente. Praticar esportes, encontrar amigos, trabalhar, explorar a natureza, todos esses bons hábitos podem ser o caminho para uma vida sem drogas e com saúde!

 

Referências:

www.uptodate.com