Liberado no início de agosto pela agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a comercialização do palbociclibe, medicação contra o câncer de mama voltada especificamente para os casos avançados, em que a doença já acometeu boa parte da região ou mesmo se espalhou para outros órgãos, é uma nova alternativa para o tratamento que promete estabilizar o tumor. Outro medicamento aprovado pela Anvisa é o enzalutamida para o tratamento do câncer de próstata não metastático resistente à castração. Segundo a agência, estudos realizados apontam que o medicamento reduziu em 70,8% o risco de agravamento da doença quando comparado ao placebo, além de ter aumentado a sobrevida livre de metástases de 14,7 meses das pessoas que usaram placebo para 36,6 meses no grupo que recebeu o medicamento.

Na oncologia estamos conseguindo superar algumas barreiras com a aprovação de terapias e mais acessos ao tratamento do câncer. A aprovação desses medicamentos no Brasil permite que pacientes com câncer de mama e de próstata recebam tratamentos com mais eficácia com menos efeitos colaterais do que o que tínhamos à disposição. Isso permite uma vida com mais qualidade. Esses remédios permitem que o paciente possa seguir com uma vida mais próxima ao normal, e foque mais nas coisas importantes e pessoais, e menos na doença e no tratamento. Além disso, com um controle da doença por mais tempo, naturalmente se verifica uma expectativa de vida maior.

No sistema privado, o tratamento para os dois tipos de tumores é feito de forma diferente do oferecido pelo Sistema Único de Saúde. E, infelizmente pelo alto custo, o SUS não disponibiliza esses medicamentos a toda a população. Somente pacientes no sistema privado conseguem acesso. E mesmo assim, nem todos planos de saúde dão cobrem às novas tecnologias. Isso porque a ANS, que regula a atuação dos planos, é morosa na avaliação da obrigatoriedade de cobertura aos tratamentos. Esperamos que estudos de impacto orçamentário e da relação custo-benefício sejam feitos de forma ágil para garantir que o preço dos medicamentos seja justo e que eles possam ser incorporados sem que haja risco à sustentabilidade dos sistemas de saúde.