Dr. André Deeke Sasse
Por que há diferença na incidência de câncer nos homens no Estado de São Paulo em comparação ao Brasil? De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência dos três tipos câncer mais frequentes nos homens para o ano de 2018 no Brasil, difere da realidade do Estado de São Paulo. Excluindo-se câncer de pele, o INCA estima para o Brasil os tumores de próstata, pulmão e colorretal como os mais incidentes, totalizando 104.340 novos casos, somente destes três tipos de câncer. O câncer de pulmão é o único que no Brasil e em São Paulo apresenta o mesmo percentual de incidência, conforme tabela abaixo:
Brasil | São Paulo | ||||
Próstata | 68.220 | 65% | Próstata | 14.890 | 59% |
Colorretal | 17.380 | 17% | Colorretal | 6.010 | 24% |
Pulmão | 18.740 | 18% | Pulmão | 4.550 | 18% |
Total | 104.340 | 100% | Total | 25.450 | 100% |
A incidência de câncer colorretal é a segunda mais alta em homens no Estado de São Paulo, com 24% dos três tipos de câncer citados. Assim, proporcionalmente, a incidência de câncer de próstata em São Paulo, apesar de muito frequente, é menor do que no Brasil. O câncer colorretal está diretamente relacionado aos hábitos de vida que priorizam o consumo de alimentos industrializados, com elevada ingestão de carne vermelha e embutidos, além da associação com fatores de risco como sedentarismo e obesidade. O estilo de vida da população de São Paulo, que é tipicamente urbano, favorece as taxas maiores de incidência de câncer colorretal.
Por incrível que pareça, o alto PIB de São Paulo, o estilo de vida da população extremamente corrida, o trabalho estressante, a falta de tempo para atividade física e o incremento do uso de alimentos industrializados por muito tempo refletem diretamente nessa maior incidência de câncer colorretal em São Paulo quando comparado à incidência brasileira. Ou seja, 35% do total de novos casos de câncer colorretal do Brasil ocorrem em São Paulo.
O câncer colorretal é um dos tipos de tumores que mais se pode prevenir e também mais se pode fazer diagnóstico precoce. O conhecimento sobre fatores de risco e sobre como diminuir as chances da doença é importante para mudança dos comportamentos de risco e para tentar mudar essa triste estatística. Também é essencial a realização de um exame de rastreamento do câncer colorretal, pelo menos a partir dos 50 anos. Há diferentes formas de se fazer os exames, que vão desde a pesquisa de sangue oculto nas fezes até a colonoscopia. O melhor exame deve ser definido pelo médico.
Campanhas para conscientização sobre melhores hábitos alimentares, atividades físicas regulares, além da importância de uma rotina diária menos estressante são fundamentais.
No Dia do Homem, cuide de sua saúde, procure seu médico, pois esse é o melhor presente que você pode dar para sua família!