Câncer de mama: descobrir cedo para tratar melhor e viver mais!

O câncer de mama é, depois do câncer de pele, o de maior incidência. E mais importante, é o que mais mata as mulheres no mundo. Já se sabe que quanto mais cedo o diagnóstico é feito, melhor. Para isso, existem alguns tipos de exames de imagem, como a mamografia, o ultrassom e a ressonância. Cada um deles ajuda de uma maneira diferente.

É chamado de rastreamento o exame feito para detectar o câncer quando ele ainda está na sua fase inicial, sem nenhum sinal o sintoma aparente. Na maioria dos tipos de câncer ainda não existe como fazer isso, mas, no caso da mama, a mamografia já é conhecida por reduzir em mais de 30% a mortalidade pelo câncer, principalmente em mulheres entre 50 e 69 anos. E por que é importante descobrir mais cedo? Porque quanto mais inicial, mais fácil de tratar e, também de curar.

De forma geral, para a maioria das mulheres, a mamografia é indicada a partir dos 50 anos até os 75 e deve ser feita anualmente ou a cada 2 anos. Entre 40 e 50 e após 75 anos, a questão ainda é duvidosa e muitas vezes depende de uma conversa bem feita com o médico, já que os estudos mostram um benefício pequeno e menos significativo. Vale lembrar também que, quando se faz o exame, há uma boa chance de ele estar alterado sem que a mulher realmente tenha câncer, o chamado falso-positivo. Isso muitas vezes traz ansiedade e até procedimentos desconfortáveis, como punções ou biópsias.

Para algumas mulheres, porém, os exames podem ser ainda mais importantes, mesmo nas mais jovens, pois elas têm maior risco de desenvolver câncer de mama. Para saber desse risco maior, os médicos usam alguns critérios que dependem, principalmente da história de tumores na família. O principal motivo para o risco de uma mulher ser aumentado é a mutação em um gene chamado BRCA (o mesmo da Angelina Jolie, lembra?), que ocorre em algumas famílias e, geralmente, com várias parentes afetadas. Quando esse gene está alterado, a pessoa tem indicação de começar mais cedo a fazer exames para rastrear o câncer (geralmente antes dos 35 anos) e também a utilizar outros métodos.

O resultado da mamografia geralmente vem descrito em uma escala chamada BIRADS, que vai de 0 a 6. Essa nota depende da chance da alteração detectada ser realmente câncer, e guia o médico para definir o que se fazer em seguida. Quanto mais alto (exceto o 0), maior a chance de se precisar de uma biopsia, de repetir a mamografia mais cedo ou de pedir outros exames para melhor caracterização.

E esses outros exames, como o ultrassom e a ressonância, para que eles servem?

Antes de tudo, deve-se lembrar que a mamografia é o exame que mais mostrou redução da mortalidade e o primeiro a ser feito. Mesmo assim, ela pode não detectar até 20% dos tumores (com resultado falso-negativo). Principalmente em mulheres com alto risco de câncer ou com mamas mais densas é que os outros métodos mais ajudam.

O ultrassom é um exame mais demorado e depende muito do médico que está fazendo. Ele é utilizado, geralmente, para mamas mais densas, ou seja, com menos gordura e mais glândulas, pois a mamografia é menos eficaz nesses casos. Vale lembrar que a densidade da mama é melhor descrita pela própria mamografia, não pelo exame físico (toque das mamas). Entretanto, na maioria das vezes as mulheres mais jovens são as que tem maior densidade mamária. O ultrassom também é muito utilizado quando se acha uma alteração na mamografia ou detecta-se um nódulo palpável e, portanto, se quer ver melhor a mama ou mesmo fazer uma biopsia. Nesse caso, o ultrassom ajuda a ver o tamanho e a extensão do tumor, além de avaliar os gânglios na axila, auxiliando na definição do tratamento a ser feito.

Já a ressonância é um outro exame caro, mais difícil e demorado, com mais contraindicações (objetos metálicos no corpo, por exemplo) e que, portanto, é reservado para rastrear mulheres de risco mais alto. Em casos especiais, o exame pode ser feito em alternância com uma mamografia. Adicionalmente, a ressonância também ajuda a detectar tumores ocultos e caracterizar melhor a mama de uma mulher com um câncer já diagnosticado, a fim de programar a cirurgia e avaliar se há outros focos do tumor.

Então é isso! Vimos hoje que o rastreamento do câncer de mama é importante para as mulheres depois dos 40 ou 50 anos e que ele geralmente é feito por mamografia. Mas sabemos também que, em algumas situações especiais, o médico pode precisar lançar mão de outros exames, como ultrassom e ressonância, para ajudar na investigação. O mais importante de tudo é ter um acompanhamento rotineiro com seu ginecologista, conversar com ele sobre o seu perfil e como o rastreamento deve ser feito para VOCÊ! Assim, é possível descobrir mais cedo, tratar melhor e viver mais!