Verão e Câncer de Pele: O que devemos saber?

Moramos em um país tropical, com temperaturas altíssimas o ano todo e com vários destinos turísticos contemplados por praias. É natural nos expormos mais ao sol, o que pode, com o passar do tempo, causar graves danos a pele entre eles o câncer.

O câncer de pele é o mais comum, sendo responsável por 25% de todos os casos de câncer na população adulta e aumentou cerca de 55% nos últimos 10 anos, causando 1 morte a cada 3 horas no mundo todo. E como a pele é formada por diferentes células, existem diferentes tipos de tumores, com agressividades e tratamentos diferentes.

Os tipos mais comuns de câncer de pele são o Carcinoma Epidermóide(CEC) ou Espinocelular, o Carcinoma Basocelular (CBC) e o mais temido de todos, o Melanoma.

O Basocelular é o mais frequente (cerca de 70%) e também o menos agressivo. É formado à partir de células chamadas basais, muito frequentes na pele, e por isso o seu nome. Ocorre com maior frequência nas áreas mais expostas ao sol como rosto e pescoço, sendo o nariz o local mais acometido. Tem crescimento lento e por isso, raramente causa metástase que é quando o tumor se espalha para outros órgãos, mas pode causar sérios danos às estruturas no local onde ele surge. Seu tratamento é essencialmente cirúrgico, ou seja, tem altas taxas de cura quando ressecado completamente. Recentemente foi aprovado no Brasil uma nova droga chamada Vismodegib para o tratamento desse tipo de câncer de pele quando não se pode mais curá-lo com cirurgia ou radioterapia.

O Carcinoma Epidermóide é o segundo mais comum, representando 20% de todos tumores de pele. É formado à partir de células chamadas escamosas que podem ser encontradas em todas as camadas da pele. Acomete com maior frequência o couro cabeludo, orelhas e face em indivíduos após os 50-60 anos. Seu tratamento inicial também é cirurgia, mas é um tumor mais agressivo do que o Basocelular e se não for retirado rapidamente pode se espalhar para outros órgãos e estruturas sendo necessário quimioterapia para tentar controlar os sintomas e seu crescimento.

O mais temido de todos os canceres de pele, o Melanoma é o menos frequente, cerca de 4% de todos os tumores de pele, mas foi responsável por 1500 mortes no Brasil em 2017, segundo dados do INCA. É formado à partir dos melanócitos, células da pele responsáveis pela produção da melanina, pigmento que dá cor a pele, por isso a maior parte dos melanomas tem o cor preta. Pode acometer além da pele, os olhos, mucosas e genitais. O melanoma é altamente agressivo, com capacidade de se espalhar rapidamente para quase qualquer lugar do corpo, inclusive para o cérebro. A cirurgia é a melhor forma de curá-lo. Atualmente estamos vivendo uma revolução no tratamento do melanoma nas suas formas mais avançadas ou seja, metastáticas, com surgimento de medicamentos novos chamados de drogas alvo e a imunoterapia. Esses novos medicamentos tem aumentado substancialmente o tempo e a qualidade de vida dos pacientes com suas formas mais avançadas.

Os principais fatores de risco para todos os tumores de pele são:

  • Pele e olhos claros
  • Exposição prolongada ao sol ao longo da vida
  • Vários episódios de queimaduras solares grau I e II
  • Fatores genéticos (cerca de 10% dos casos)

Quando várias pessoas da mesma família já tiveram tumores de pele. Nessas pessoas os cuidados devem ser redobrados e a consulta ao dermatologista deve ser feita de rotina.

Para aqueles pacientes que necessitam de exposição ao sol para produção de vitamina D, a recomendação é a exposição de alguma parte do corpo (não precisa ser o corpo todo) por 10 a 15 min ao dia, evitando o horário de maior incidência dos raios solares ( 9h-16 h). Dessa forma garante-se os benéficos do sol, mas sem comprometer a saúde.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, as medidas de proteção para evitar câncer de pele são:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
  • Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.