30 de Agosto de 2017
De origem oriental, o narguilé é uma espécie de cachimbo de água no qual o tabaco aromatizado é queimado, atravessa um recipiente com água e a fumaça é aspirada por uma mangueira até a boca. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento dos cachimbos d’água, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. Tradicionalmente utilizados em muitos países, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia, têm-se espalhado para a Europa e Américas. Nas últimas décadas ganhou popularidade no ocidente tornando-se hábito frequente entre os jovens. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde revelam um espantoso aumento de 139% no consumo de narguilé no período de 2008 a 2013 entre homens de 18 a 24 anos no Brasil.
Frequentemente encontrado em bares, festas e eventos sociais, seu consumo esta relacionado com momentos de lazer e descontração, sendo erroneamente interpretado como inofensivo. O hábito pode ser considerado mais perigoso que o tabagismo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), consumir uma rodada do cachimbo é equivalente a fumar 100 cigarros. Isso ocorre devido à grande quantidade de fumaça inalada que pode chegar de 31 a 86 litros nas sessões que duram em torno de 45 minutos.
Um estudo do Dr ReemWaziri e colaboradores da Universidade Americana de Beirute revelou associação do fumo de narguilé com os cânceres de pulmão e cavidade oral, doenças pulmonares como enfisema pulmonar e asma e doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio. Essas diversas doenças estão relacionadas com inalação de monóxido de carbono, hidrocarbonetos aromáticos e aldeídos voláteis, que também são encontrados no cigarro.
A dependência química também pode ocorrer. Estudos apontam quantidade de nicotina duas vezes superior a encontrada nos cigarros. Para os usuários frequentes existe a maior probabilidade de dependência e sintomas relacionados à abstinência como alteração de humor, alteração do sono, tremores dentre outros.
Como geralmente seu uso ocorre em grupos, utilizando a mesma piteira para aspiração, existe a possibilidade de transmissão de infeções. O quadro pode variar desde gripe, herpes ou até mesmo tuberculose.
Diante de todos os riscos citados o narguilé deve ser considerado um hábito perigoso. Em semelhança ao tabagismo, doenças graves podem ocorrer, mas felizmente são potencialmente evitadas com a suspensão desse hábito. Sendo assim, para que não se torne um problema pessoal ou de saúde pública é nosso dever a conscientização dos seus malefícios e a mudança para um estilo de vida mais saudável.