Poucos momentos na vida de uma pessoa, trazem tantas angústias, incertezas e reflexões quanto a descoberta de uma doença. Se essa doença atender pelo nome “câncer”, então parece que a partir desse momento, o destino reserva apenas um caminho de desespero.

 

A associação com sentimentos de medo, tristeza e impotência é inevitável. Mas também pode ser um momento de reconciliação com suas crenças, fé e essência , além do surgimento e fortalecimento de vínculos.

 

É nesse momento, que mostramos nossas fragilidades e também necessitamos de amparo, atenção e carinho. O melhor remédio que existe é certamente o amor.

 

Mas com quem podemos contar nesse momento?

 

É fundamental que a família, amigos e a equipe médica estejam preparados par doar não apenas o seu tempo e conhecimento, mas principalmente,  atenção e solidariedade.

 

É preciso compreender como cada paciente pensa e dar o tempo necessário para que ele tome suas decisões sobre o tratamento.

Surgem muitos dilemas que precisam ser entendidos e resolvidos. Muitas vezes, o paciente não quer que a família ou amigos saibam o que esta acontecendo. Outras vezes,  a família quer  “poupar” o paciente e por isso solicita que o médico não fale sobre a doença. É um turbilhão de informações e nem sempre os desejos de todos (paciente, família ,amigos e equipe médica) convergem na mesma direção.

 

É necessário entender, que o ponta pé inicial para um tratamento adequado, humanizado e eticamente correto depende de uma relação de sinceridade e confiança entre as partes.Também é fundamental que todos saibam o que esperar do tratamento e da doença para poder de forma consciente fazer um planejamento no âmbito familiar e social.

 

O paciente precisa de todo apoio possível; precisa se sentir acolhido, e principalmente precisa se sentir útil. Tentar manter algumas atividades de sua rotina é necessário e bem-vindo.

 

Aquela ideia de que o paciente oncológico, principalmente em quimioterapia, precisa ficar recluso, trancado em casa, sem receber visitas, longe da família e amigos é ultrapassada e não recomendada. Como tudo na vida, os excessos devem ser evitados, mas o paciente se fortalece quando percebe que é estimulado ,tem os seu desejos respeitados e as pessoas que amam do seu lado.

 

O amor envolvido em qualquer relação humana se faz mais necessário do que nunca. Também é preciso quebrar alguns preconceitos e paradigmas. Em uma sociedade paternalista como a nossa , é difícil principalmente  para os homens, demonstrarem  suas fragilidades, inseguranças e medos. Isso dificulta desde a realização de certos exames, até o diagnóstico e posterior tratamento adequado. Os homens precisam do mesmo amparo e atenção para um tratamento completo.

 

Atender o paciente em todos seus aspectos: físico, psicológico e social, e ter todas as pessoas que convivem com o mesmo voltadas para um objetivo comum,  com foco na cura ou melhora da qualidade de vida , são fundamentais para a pronta recuperação.

 

O destino só é alcançado se o caminho correto for percorrido. E quando temos a ajuda e compreensão de todos, esse percurso tende a ser mais curto e menos sofrido. Por isso médicos, paciente , família e amigos devem trabalhar em conjunto para garantir o melhor tratamento.

 

Sempre recomenda-se, que todos os envolvidos que desejam o bem daquele paciente, elejam um responsável para fazer a ponte entre familiares e equipe médica. Dessa maneira, a pessoa consegue acompanhar de perto as evoluções, entender claramente o tratamento e consegue repassar informações de forma muito mais completa e consistente para que todos consigam ajudar e dar