Novo estudo publicado na prestigiosa revista Lancet confirma que a terapia de reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama. O estudo, coordenado por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, demostrou que o risco de câncer de mama é maior que inicialmente se pensava e persiste por anos após o término da terapia de reposição hormonal.

Este estudo é uma atualização. O último artigo deste mesmo grupo de estudo foi publicado em 1997. Naquela época tinham sido analisados os resultados conjuntos de 51 estudos e, agora, nesta atualização, foram incluídos um total de 58 estudos.

Foram considerados para comparações mulheres na pós-menopausa e avaliados os casos de mulheres que tiveram câncer da mama, que não tiveram câncer de mama e se tinham feito terapia de reposição hormonal. Observou-se que 10.8647 mulheres na pós-menopausa desenvolveram câncer de mama, na média aos 65 anos de idade. Em torno de metade destas mulheres (51%) tinha usado terapia de reposição hormonal.

O risco varia de acordo com o tipo de hormônio e o tempo de uso

Os pesquisadores do estudo observaram que o risco de desenvolver câncer de mama durante e anos pós o uso varia, dependendo do tipo de hormônio(s) utilizado e a duração do uso, sendo maior para mulheres que usaram estrogênio e progesterona diários por cinco anos. Estima-se um aumento absoluto do risco de em torno de 6 a 8% para mulheres que utilizaram estrogênio e progesterona diários por cinco anos, iniciando aos 50 anos. O uso acima de cinco anos e acima de dez anos significam maior risco. O risco se mantém mesmo após dez anos de interrupção da terapia de reposição hormonal. O uso de de estrógenos vaginais não se associou com aumento de risco para câncer de mama.

Desde modo esse estudo é definitivo ao apontar que a terapia de reposição hormonal se associa com maior risco de câncer de mama. E que mulheres com câncer de mama que utilizaram a terapia de reposição hormonal têm maior risco de falecer do câncer da mama.

 

Riscos da reposição hormonal vs benefícios

Entende-se hoje que mulheres que sofrem de sintomas muito debilitantes da menopausa, como ondas de calor frequentes, insônia e alterações bruscas de humor, devem ser informadas e avaliar os riscos de câncer de mama contra os possíveis benefícios da terapia de reposição hormonal.