Um novo tratamento combinado para pacientes com câncer renal foi aprovado pela Anvisa no Brasil. A combinação é composta de uma terapia-alvo (Axitinibe) e uma imunoterapia (Pembrolizumabe) e já está em uso nos EUA desde abril e na Europa desde julho.

O estudo de fase III que levou a essa aprovação foi o KEYNOTE-426, que avaliou a ação do uso concomitante de Pembrolizumabe e Axitinibe contra o tratamento-padrão até então (Sunitinibe) em pacientes virgens de tratamento com câncer renal avançado do tipo células claras.

Os resultados mostraram uma redução estatisticamente significativa de 47% do risco de morte e 31% do risco de morte ou progressão de doença. Além disso, o número de pacientes que apresentaram resposta objetiva ao tratamento foi 24% maior (59,3 x 35,7%; p < 0,001). O benefício foi observado em todos os subgrupos de pacientes. Em relação aos efeitos colaterais, estes foram mais comuns no grupo que recebeu a combinação, porém de forma esperada em função do uso de duas drogas ao invés de uma. Vale ressaltar que o estudo ainda tem um tempo de seguimento curto (15 meses) e novos dados devem surgir ao longo dos próximos meses e anos.

O estudo teve seus resultados apresentados no congresso de tumores genitourinários da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO-GU), em março, e a publicação em uma das maiores revistas científicas mundiais, o New England Journal of Medicine.

Esta nova combinação é mais um avanço, agora para pacientes com câncer de rim. Vale lembrar que já está disponível no nosso país para uso, porém, como envolve uma medicação oral (Axitinibe), o reembolso pelos planos de saúde ainda não é obrigatório e, como não estão disponíveis no SUS, também não é acessível aos pacientes do serviço público. Estaremos atentos às novidades na área e confiantes na melhoria do acesso aos tratamentos para os brasileiros.

 

Referências:

Rini BI, et al. Pembrolizumab plus Axitinib versus Sunitinib for Advanced Renal-Cell Carcinoma. N Engl J Med 2019;380:1116-27.