O câncer de mama.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Mundo todo, tornando-se um importante problema de saúde e atraindo assim a atenção de pesquisadores que, ao longo das últimas décadas, vem transformando positivamente a história dessa doença.

Para o Brasil, em 2016, foram 57.960 novos casos, sendo que 15 mil mulheres brasileiras morrem em consequência do câncer de mama a cada ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.

Uma notícia que nos trouxe grande ânimo e merece ser divulgada é que, nos últimos anos, nós atingimos o recorde Mundial de pessoas que já tiveram um diagnóstico de câncer em sua história e hoje estão vivendo sem a doença. São aproximadamente 14 milhões de americanos, número quatro vezes maior desde 1971, sendo que dentre esses, o número mais significativo é a de pacientes com diagnóstico de câncer de mama em seu passado. Infelizmente ainda não temos os números do Brasil, mas já é uma boa notícia.

Avanços do tratamento.

Os avanços no tratamento do câncer de mama se devem em grande parte à compreensão dos oncologistas dos diferentes subtipos dessa doença.

Hoje sabemos que as pacientes tem tipos de câncer de mama muito diferentes umas das outras, o comportamento da doença e seu tratamento adequado dependem diretamente desse entendimento. Sendo assim, os tratamentos hoje são bastante personalizados, dessa maneira conseguimos atingir resultados  melhores para nossas pacientes.

Para as mulheres portadoras de câncer de mama metastático do subtipo HER2 positivo, que representam aproximadamente 20% de todas as pacientes com câncer de mama no Brasil e no Mundo.

Tivemos importantíssimos avanços nos últimos anos, capazes de mudar por completo os paradigmas desse subtipo de doença, que guardava em sua história desfechos muito ruins, cursando com tempo de vida bastante curto, diante da pobre resposta que eram observadas com os tratamentos anteriormente conhecidos.

Alguns medicamentos mudaram a história natural do câncer de mama metastático Her 2 positivo: trastuzumabe e pertuzumabe, conforme os dados do importante e histórico estudo chamado Cléopatra, com publicação no NEJM.

Trata-se de um ensaio clínico bem desenhado que incluiu 808 mulheres com câncer de mama metastático HER-2 positivo, as pacientes que receberam o novo tratamento com pertuzumabe + trastuzumabe + docetaxel apresentaram um ganho no tempo de vida mediano nunca antes visto na história, de 56.5 meses, enquanto que as paciente que recebem quimioterapia isolada apresentavam tempo de vida mediano em torno de apenas 20 meses, como visto em estudos anteriores com o uso de quimioterapia isolada, sem o uso desses novos medicamentos.

Qualidade de Vida.

É muito importante observar que as pacientes apresentaram boa qualidade de vida durante todo o tratamento, o que nos permite hoje ver nossas pacientes vivendo não só por um tempo consideravelmente mais longo, mas também um tempo cheio de momentos bem vividos.

Consideramos esse um dos últimos grandes e significativos avanços no tratamento do câncer de mama metastático, e ficamos alegres de compartilhá-lo aqui.